sábado, 4 de abril de 2009

Mourinho, os Beatles e Jesus Cristo


O DN deste Sábado titula: "Mourinho compara-se a Jesus Cristo"!
E a gente vai ler e afinal...Mourinho não se compara a Jesus Cristo.
Mas agora já é tarde.
O título serviu de "anzol" (1)
Lemos a notícia e ficamos a saber que Mourinho (naquele programa de TV Chiambrettti Night)
farto das críticas permanentes de que é alvo disse isto:
-"Não gostam de mim? Também alguns não gostavam de Jesus Cristo".
Isto é comparar-se a Jesus Cristo?
Claro que não.
E umas linhas mais à frente isso fica ainda mais claro.
Diz Mourinho, citado pelo DN:"E até Jesus Cristo não era adorado por todos.Que esperança tenho então?
Como Mourinho não se comparou a Jesus Cristo, não precisa que a Santa Sé o absolva desse pecado, como aconteceu com a célebre frase de John Lennon.
"We're more popular than Jesus, now" .
(John Lennon sobre a popularidade dos Beatles,4 Março de 1966).
Aqui sim, Lennon compara os Beatles a Jesus Cristo.
Mas no item "popularidade".
E mesmo aqui há uma palavrinha ("now") que é importante para perceber o contexto em que Lennon disse o que disse.
E a ideia que muitos têm ainda hoje é que Lennon disse que os Beatles eram "mais importantes" que Jesus Cristo.
E não foi o que ele disse.
Mas também na altura alguém usou a frase para servir de "anzol".
E que "anzol"!
Até hoje há meio mundo agarrado a essa "verdadeira" blasfémia!

(1) Esta tese dos títulos servirem como "anzol" para atrair leitores para certas notícias é defendida,entre outros, por José António Saraiva director do Sol, e ex-director do Expresso.Foi pelo menos assim que ele explicou o título do Expresso: "Deputado português amigo de terroristas". Por isso está agora a responder em tribunal, num processo movido pelo eurodeputado Paulo Casaca.

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