"Estava José Sócrates numa situação pública quando uma jornalista se aproximou: "Posso?", disse ela. Respondeu Sócrates: "Claro, eu não mordo." E ela: "Não morde, mas rosna. E às vezes rosna muito."
A história foi contada, no domingo, pelo jornal Público. Temos, assim, que uma jornalista, no exercício das suas funções, disse a alguém sobre quem escrevia: "Você rosna." Tenho a dizer o seguinte: está tudo maluco. Ao almirante Pinheiro de Azevedo irritava-o ser sequestrado; a mim é mais conversas parvas."
Ferreira Fernandes (DN)
... também morde
"Em Janeiro, a propósito da entrevista à SIC, critiquei aqui Ricardo Costa pela agressividade excessiva e gratuita em relação ao chefe do Governo. Digo agora que, pela forma agreste e inconveniente como foi tratada pelo primeiro-ministro na entrevista desta semana à RTP, quem tinha boas razões para se ter levantado da cadeira era Judite de Sousa. Talvez julgando que não, José Sócrates apenas se diminui quando se põe a discutir perguntas, ou a questionar as motivações de quem as faz. Na prática, comete o mesmo erro dos tais jornalistas, porventura demasiado próximos no passado, para quem uma entrevista do primeiro-ministro tem que ser um combate de boxe. E - o que é pior - um combate entre iguais".
Fernando Madrinha (Expresso)
Não foi o "ami" Sarkozy que denegriu os líderes europeus?
"Sucede que, como era inevitável, à implosão do comunismo, em 1989-90, seguiu-se uma nova implosão: do capitalismo financeiro-especulativo. Os anos finais de Bush representam o fim de uma era, que começou com a senhora Thatcher e o presidente Reagan e continuou com Blair, Berlusconi, Aznar e Bush pai.
A inteligência americana foi a primeira a reagir, sendo que o Iraque se tornou num novo Vietname. A cidadania global produziu um novo líder na América: Barack Obama, um afro-americano, humanista e habilíssimo político, arauto de uma nova era.
É aí que estamos. Com a União Europeia, desprovida de líderes e a reagir muito pouco e mal, na esperança de que tudo fique na mesma. Impossível! A crise global está instalada, entre nós, e para ficar, por algum tempo mais. Que fazer?"
Mário Soares (DN)
O empresário do regime
"Durante anos, mais em privado do que em público, os empresários queixavam-se do poder político. Nesta legislatura aconteceu um milagre. O poder empresarial, mais em público do que privado, adora o poder político. Para ser mais preciso, adora José Sócrates.
A paixão é tão intensa que hoje em dia já é difícil encontrar um projecto empresarial que não esteja associado ao primeiro-ministro, ou uma iniciativa governamental na esfera económica em que não seja visível algum interesse empresarial em fundo.
(...)O poder empresarial está rendido. Isto é muito melhor do que alguma vez imaginou. Um primeiro-ministro com espírito de empresário é uma dádiva dos céus. E, por isso mesmo, paga na mesma moeda. É raro o dia em que um empresário, dos que contam, claro, não aparece num jornal, ou numa televisão, para garantir aos portugueses que, sem José Sócrates, seria o caos.
O poder empresarial, o que conta para o poder político, ganhou um inesperado e super administrador executivo. Chama-se José Sócrates."
Luís Marques (Expresso)
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