sábado, 25 de abril de 2009

A simbologia do cravo



Encravado

Manuel Alegre,vice-presidente da Assembleia da República recebe José Sócrates e entrega-lhe um cravo vermelho que o primeiro ministro coloca ao peito.
Achei um acto simbólico.
Foi como se um dos poucos socialistas que insiste nos valores de Abril lembrasse Sócrates que o tem de fazer também.

"Cravo vermelho ao peito a todos fica bem ..."

Na bancada do PSD apenas dois deputados se apresentam de cravo vermelho: Zita Seabra e Mota Amaral. Durante anos houve um preconceito contra os cravos vermelhos. Os partidos da direita associavam os cravos vermelhos aos "vermelhos" e fugiam desses cravos genuínos como o diabo da cruz. Ostentavam, então, púdica e envergonhadamente, uns cravos desmaiados.
Mota Amaral deixou-se dessa tolice.
Saudações democráticas.

Verdes

As pessoas não devem servir a economia.
A economia é que deve servir as pessoas.
Esta ideia defendida pelo deputado José Luís Ferreira, dos Verdes, estabelece uma diferença fundamental entre uma visão retrógrada e uma visão progressista.
Os inimigos do 25 de Abril costumam argumentar que no tempo do fascismo o país era rico e que agora estamos mais pobres. Esquecem-se do essencial: o país poderia ter alguma riqueza acumulada, mas as pessoas eram mais pobres.
E queremos voltar a esses tempos?

"Políticamente incorrectos"

Até há uns anos, as sessões comemorativas do 25 de Abril arrastavam-se
respeitosamente. Quase ninguém ousava levar à tribuna críticas directas e contundentes ao Governo em funções. Hoje assistimos à sessão mais "políticamente incorrecta" dos últimos 35 anos. Paulo Rangel do PSD terá sido o mais "incorrecto", mas não posso deixar de concordar com a sua argumentação. Um Governo em fim de mandato não deveria lançar para o futuro de décadas obras que deixam as gerações futuras hipotecadas.
Essa é também uma forma de perder a liberdade.
Capitão de Abril

Marques Júnior, deputado do PS, foi um dos capitães de Abril.
Emocionou-se no seu discurso e disse que apesar de tudo continua a rever-se no 25 de Abril quando olha para os deputados na Assembleia da República.
Da bancada do CDS-PP apenas Diogo Feyo aplaudiu.
Bonito.
Saudações democráticas.

Desrespeito ou problemas de bexiga?
Santana Lopes não assistiu a uma boa parte dos discursos.
Só se sentou no seu lugar já Paulo Rangel discursava.
Paulo Portas saiu quando Marques Júnior discursava.
Ter-se-ão cruzado a caminho do WC?

2 comentários:

Anónimo disse...

Essa confusão entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro é grosseira e recorrente.

Anónimo disse...

Plenamente de acordo.

Há ainda neste país gente que fale "na longa noite fascista" e em torturas e prisões.

Como se a sua prática politica fosse melhor.....