Dizem que a greve nacional de professores desta quarta-feira
foi a maior de sempre: 94% (132.000 professores!?). O Governo, como sempre, faz contas de sumir. Mesmo assim às 11h00 assumia uma adesão de 61%. Não me lembro do Governo alguma vez ter reconhecido uma adesão de professores que chegasse sequer aos 50%. Já é um progresso. Mas o que mais me intrigou é que os grevistas (já repararam como rima com comunistas?) não eram todos maus, preguiçosos, gente de mau carácter que não quer nada. Havia pelo menos dois bons professores em greve: os dois a quem o Ministério decidiu dar o prémio de melhor professor em 2008 e em 2007.
A minha homenagem a Jacinta Moreira e Arsélio Martins.
Jacinta Moreira (Professora do ano em 2008)
Arsélio Martins (Professor do Ano em 2007)
6 comentários:
Hoje o AO publicou um artigo muito interessante do jornalista Rui Simas (página 11) sobre essa greve. Outra coisa, ontem no telejornal da RTP-A o jornalista perguntou, a uma das professores, o que estava mal no sistema de avaliação e o que alterações ela proponha. A resposta foi simplesmente isso: (e estou a citar de cor) “ não sei mas a avaliação não pode ser feita dessa forma!”. Contra factos desses não há argumentos. A impressão que passa é que os professores vão estar sempre contra toda e qualquer avaliação. Não é bem assim, até porque há professores que são a favor dessa avaliação e outros que defendem algumas alterações e apresentam propostas concretas mas não é essa a imagem que passa. O país fica na dúvida que os professores pura e simplesmente não querem ser avaliados.
E depois isso de usar os alunos com “arma” não lhe fica nada bem! Incentivando à greve e à “violência” com a história dos ovos e afins, só contribui para que se crie mais atritos o resto da população, ou seja, estão a entrar no jogo preferido do governo central.
A minha filha recebeu um mail anónimo a falar de uma greve de alunos em data próxima. Ela tem 10 anos!!!
Acha que é uma iniciativa dos meninos do 5ºano? Você acredita no pai natal??
Com franqueza.
Além do mais, disse-me ela que uma professora explicou à turma o motivo das greves e manifestações dos professores, afirmando que estavam a fazer um 25 de Abril!!!!
Alguma vez uma manifestação de corporativismo primário e de defesa de privilégios de classe poderá ser comparada a "um" 25 de Abril?
Paga quem manda e manda quem paga. Existem 40 mil professores no desemprego que não se importam rigorosamente nada de serem avaliados por este modelo.
Se todos os avaliados da sociedade portuguesa seguissem o exemplo dos profs ninguém era avaliado. Um modelo de avaliação imposto pelo avaliado é uma negação da avaliação.
Os professores tenham paciência, mas têm de ir à porrinha e bem depressa, porque uma parte significativa da sociedade portuguesa já os não pode ouvir.
Meus caros
não vou responder a nenhuma das vossas argumentações pelo simples facto de as posições estarem tão extremadas que - tal como acontece com a Milú e os professores - não vislumbro qualquer hipótese de "acordo".
E não tenho pachorra para embarcar em discussões que à partida não levam a nada.
Faço apenas uma última pergunta, muito concreta, para uma resposta o mais concreta possível:
- Porque é que estes professores, os melhores de 2007 e 2008, fizeram greve?
Aceito todos os vosso palpites (até podem dar a resposta correcta se lerem o que eles disseram a este propósito), excepto um: de que foram atrás do comunista Mário Nogueira, como carneirinhos.
Vá lá, façam um pequeno esforço. Surpreendam-me.
Cumprimentos.
E nos Açores?
Qual foi a adesão?
Dizem que nem a 30% chegou.
Já toda a gente percebeu que qualquer que seja o modelo, nunca vai agradar.
Amigo Fiat, há pessoas que são muito influenciáveis mas também há gente que é perito em arrastar multidões atrás de si! É uma das hipóteses para que os tais melhores professores fizessem greve! E têm todo o direito, desde que não prejudiquem ninguém.
Já agora aonde é que posso ler a declarações desses tais professores?
Mas porque que é achas que essa discussão não dará em nada! É isso a democracia. Discutir para melhorar e os professores é que estão a faltar com a sua parte. 6 minutos não dá para escolher a que horas será a hora para café quanto mais discutir o futuro da educação dos nosso país!
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