quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estocada final


A "play-list" dos nossos toureiros, publicada no Zirigunfo, fica para a história.
É apesar de tudo uma história triste.
Salva-se o final.
E acho que se deve abrir uma nova discussão: sobre essa coisa estranha da liberdade de voto.
Porque é que os deputados hão-de ter liberdade de voto apenas em questões destas?
Os deputados estão lá para representar em primeiro lugar quem neles votou ou os seus partidos?
Diz-se que os deputados são os representantes do povo.
Mas quando?
Nestas situações apenas?
E é suficiente?
E no resto do tempo estão dispensados desse dever?
Quem é que os dispensou?
Obviamente não defendo o fim dos partidos.
Mas também não quero o fim da democracia.
E isto de democrático só tem o nome.
Há que reinventar a democracia porventura.
Mas essa "faena" é mais complicada.
P.S.
Guilherme Nunes ficará certamente a ser, a partir de hoje, o deputado mais conhecido da Região, de todos os tempos, ...não pela intervenção que teve ... mas pela sua ausência !?
Eu se fosse deputado não gostava de ficar com esse troféu.
Apesar de tudo ele teve sorte.
No PS lá se arranjou mais alguém para votar contra e assim o Sr. Guilherme Nunes não fica com todo esse peso às costas.

3 comentários:

Tiago R. disse...

Bem, penso que os deputados são concorrem por partidos, têm as campanhas financiadas por partidos, integram-se em grupos parlamentares de partidos, são eleitos para executarem programas políticos dos partidos e não os seus projectos pessoais.

Discordo, em regra, da liberdade de voto. É (neste caso, obviamente foi) muitas vezes uma forma de os partidos não se compremeterem e, como já escrevi, uma forma de tentarem agradar a gregos e troianos, desresponsabilizando-se.

Os partidos, enquanto construções colectivas democráticas, representativas de sectores sociais, de correntes de opinião, de programas políticos, são um dos pilares fundamentais da nossa democracia.

Deus nos livre de ficar entregues à demagogia personalista de caciques locais!

Anónimo disse...

E os caciques dos partidos?
Quem os controla?

Fiat Lux disse...

caro Tiago

Os partidos tal como tu os descreves ("enquanto construções colectivas democráticas, representativas de sectores sociais, de correntes de opinião, de programas políticos") são um dos "pilares fundamentais da nossa democracia". Mas são uns pilares que muitas vezes têm pouca sustentação. E começam a ruir.
O que descreves é o ideal. Que como sabes não existe.

(Tal como diz o anónimo)
e os caciques dos partidos?
São melhores caciques que os outros caciques?

Uma coisa parece evidente: Com toda esta palhaçada a Assembleia Regional perdeu ainda mais credibilidade. Basta ver os inúmeros comentários de pessoas que ficaram indignadas com o modo como as coisas se passaram. Pessoas a favor do "sim" e do "não".
E o que é triste é que essa foi a grande consequência de tudo isto: o aumento do descrédito dos "nossos" deputados e políticos.

Cumprimentos