domingo, 10 de janeiro de 2010

Paris je t' aime


Andam por aí a dizer que a Assembleia da República vai pagar as viagens de fim-de-semana da deputada, caloira, Inês de Medeiros (eleita por Lisboa) para Paris, onde tem a família.
Eu não acredito. Não quero acreditar. Nao consigo acreditar.
A Inês não foi eleita pelo círculo da emigração.
Foi eleita por Lisboa.
Se quer ir a Paris ao fim-de-semana, o problema é dela.
Quer dizer, na verdade nem é problema nenhum.
Como deputada ganha muito bem.
E numa "low cost" uma viagem Lisboa-Paris é uma pechincha.

11 comentários:

Cascais1 disse...

Se a dita deputada tem residencia em Paris, não pode, em virtude das suas funções, ser prejudicada.

O que a dita ganha é igual ao que os colegas ganham. Pelo facto de viver em Paris, nos Açores ou na Madeira, vai receber menos pelo seu trabalho?

Fiat Lux disse...

E se vivesse no Japão ou na Conchichina?
Eleita para a Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa, deveria, no mínimo, residir em Portugal.
Ou então não vale a pena haver círculos eleitorais.
Faz-se um círculo único.
***
Os deputados eleitos pelos Açores
também devem ter viagens pagas para os Açores, mas a ideia é que contactem com os seus eleitores e com a realidade do círculo que os elegeu.
Ora Inês de Medeiros não tem em Paris eleitores a quem "prestar contas".
Se tem lá a família é porque é essa a sua opção.

A ilha dentro de mim disse...

Caro Fiat,

Qualquer deputado à Assembleia da República pode ser eleito por um círculo que não o da sua residência, dado que depois de eleitos todos eles representam a nação e não apenas a sua região.

No que toca às viagens, um deputado eleito por um círculo que não o da sua residência terá direito a uma viagem por mês a esse círculo para contacto com os eleitores. Mas se o deputado tiver residência no círculo pelo qual for eleito e esse ficar fora da grande Lisboa, então terá direito a uma viagem por semana, para ir passar o fds a casa. Ou seja, se a residência for em Paris, ela terá de facto direito a esse pagamento.

A lei é clara. Quer concordemos ou não com ela!

Saudações do Tejo.

A ilha dentro de mim disse...

CORRECÇÃO: Se o deputado tiver residência fora do círculo pelo qual foi eleito e essa residência ficar fora da Grande Lisboa, então terá direito a uma viagem por semana, para passar o fds com a família.

Perdoem-me a imprecisão do comentário anterior, mas agora está certo.

Fiat Lux disse...

Muito obrigado pelas explicações.

A lei é a lei.
Mas é óbvio que a lei é esta porque nunca tinha passado pela cabeça de ninguém que alguém fosse deputado em Portugal e residisse no estrangeiro.
Volto a perguntar: e se a Inês de Medeiros vivesse no Japão?
A lei, se o permite, está mal feita.
E as leis mal feitas podem e devem ser alteradas.

Cascais1 disse...

Se vivessem emigrantes no Japão e a dita deputada lá vivesse, tinha direito a lá ir.

Ninguém, pelo facto de ser deputado, perde direito à sua vida familiar.
Ou perde?

Fiat Lux disse...

Já ouviu falar no círculo da emigração?

Maria Fernanda disse...

Os Professores, os médicos, os juízes... tantos que perdem direito à sua vida familiar.
Tem de trabalhar longe dos filhos!das mulheres, da família

Fiat Lux disse...

Muito bem dito Maria Fernanda.

A ilha dentro de mim disse...

Respondendo à sua pergunta sobre o Japão, julgo que também teria. Provavelmente porque, como diz, quando foi feita essa lei nem sequer passou pela cabeça dos lesgisladores essa possibilidade nipónica (para não falar de outras...).

Infelizmente, há muitas leis/regulamentos que deviam ser alterados/ajustados. Houvesse tempo e, sobretudo, vontade!

Fiat Lux disse...

Fiquei esclarecido :)
Obrigado.