O livro Caim de Saramago e as suas declarações e entrevistas fizeram cair o Carmo e a Trindade. Até o Vaticano já entrou no barulho.
A minha reacção imediata seria a de ajoelhar e comungar da berraria geral que quer crucificar o velho e blasfemo escritor.
Mas ao ler Ferreira Fernandes, hoje no DN, voltam-me as dúvidas.
Saramago é mesmo um Caim (*) ou tem razão quando diz que "bom seria acabar com todas as religiões" ?
É que, se pensarmos bem, se colocarmos nos pratos da balança o bem e o mal das religiões talvez tenhamos alguma "surpresa".
Atire a primeira pedra quem não encontra em todas as religiões algumas pedradas bem mais feias.
(*) Em alguns locais da ilha do Pico, Caim era sinónimo de diabo, demónio.
2 comentários:
Estou mais do lado dos que consideram que esta é uma forma inteligente(?) de promover o novo livro do Nobel português. Quantos ouviriam falar dele (livro) se não fora a polémica? Saramago pode novamente recolher-se ao seu refúgio canário deixando que os média, sempre sedentos de matéria, deem voz aos a favor e aos contra promovendo, assim, à borla uma obra, eventualmente genial, mas que não passaria nunca do conhecimento restrito dos que ainda fazem da leitura um vício. Já nos esquecemos do "Evangelho Segundo Jesus Cristo"?
O reconhecimento à nossa
inteligência é o mínimo que podemos exigir de alguém que tem na palavra escrita, quiçá, a sua maior virtude e é (porque não dizê-lo?) motivo do nosso orgulho! De resto a sua arrogância, camuflada com aquela aparente bonomia só nos envergonha!
V.B.
Vinha aqui para escrever mais ou menos o que o V.B. disse. Concordo plenamente e apenas posso adicionar que para provar esta forma inteligente (?) de promover o livro, está o especial informação que a RTP vai promover mais logo a seguir ao jogo do Porto.
Este senhor cada vez nos merece menos respeito. É certo que o estatuto que alcançou e os cabelos brancos lhe dão algum crédito para dizer algumas tolices, no entanto, para um gajo que escolheu o país de nuestros hermanos para viver, parece-me que ainda depende muito do dinheiro que lhe damos a ganhar.
cumps
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