domingo, 30 de agosto de 2009

O critério da banana


Jardim diz que o que conta é a população.
É um argumento estúpido.
O arquipélago da Madeira tem duas ilhas habitadas. Mas verdadeiramente Porto Santo é pouco mais que uma praia grande, onde Jardim vai beber umas cervejas e arrotar com os amigos no Verão.
O que é que Jardim investe no Porto Santo?
De quantos portos e aeroportos precisa a Madeira?
Vamos aplicar o critério população?
Jardim quer nove aeroportos?
Um na Câmara de Lobos, outro no Porto Moniz, outro na Camacha, outro ainda no Machico ?
O estúpido argumento da população sempre foi usado por alguns "cubanos" contra quem Jardim vocifera desde sempre.
Mas agora dá jeito o critério população?
O argumento da densidade populacional enferma do mesmo "pecadilho": mais uma vez voltamos à comparação da Amadora com os Açores ou com a Madeira.
Jardim quer que se invista mais na Amadora que nas regiões autónomas?
O único argumento que merece ser analisado é o da urografia em que a Madeira é "penalizada".
Quanto às importações Jardim esqueceu-se apenas de dizer também que importa areia de Marrocos para fazer praias!? Certamente um bem de primeiríssima necessidade.
Jardim até diz que os Açores tem mais vacas que a Madeira (o que é bem verdade).
Faltam-nos é bananas.
Vamos aplicar também o critério da banana?

9 comentários:

Rui Rebelo Gamboa disse...

Sem dúvida, um argumento estúpido, mas uma coisa temos de le reconhecer, ele defende os interesses da Madeira e dos madeirenses até aos limites.

Kitty Bale disse...

Então, mais uma pergunta estúpida da minha parte (posso, sou estrangeira!): quem defende os interesses dos Açores e dos Açorianos?

Fiat Lux disse...

Rui

dizes que

"ele defende os interesses da Madeira e dos madeirenses até aos limites".

Eu acho que é para lá dos limites até.
Mas não temos de nos deixar comer por tolos.

Quazorean

pode fazer as perguntas que quiser e essa não é nada estúpida.
A resposta é que não é pacífica.
Apesar de todas as críticas que tenho feito ao que acho mal na governação regional, acho que o Governo Regional tem defendido bem
os interesses dos Açores e dos Açorianos.
Pelo menos nesta questão de reivindicar, e conseguir, que os Açores tenham (como merecem) um tratamento diferenciado em relação à Madeira.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Fiat Lux,

Atenção, que eu não defendi o que o AJJ disse. APenas disse e repito que ele é um exemplo da defesa dos interesses dos madeirenses, independentemente de quem está no poder em LX, seja PSD, seja PS.

Dizes que o governo dos Açores defende bem os interesses da Região em LX?? Só porque obtemos um tratamento diferenciado em relação à Madeira? Para mim isso não basta.

Por exemplo, eu prefiro ter um tratamento igual do que é dado à Madeira, se isso quiser dizer mais. Ou seja, se for a escolher entre 100 para Açores e para Madeira, ou 70 para os Açores e 50 para a Madeira, eu prefiro o tratamento igual.

Juan Pardau disse...

Vi este post e não posso deixar de dar a minha opinião porque vejo que existe um desconhecimento relativamente ao que a Madeira defende no âmbito da LFR.

A nós não nos interessa se os Açores recebem mais, essa não é a questão, devido à questão da dupla insularidade é justo que os Açores tenham mais verbas que a Madeira.

O que não é justo é que para atingir fins políticos se tire a uma região que tem e terá sempre limitações próprias de uma região insular verbas que naturalmente são importantes para proporcionar mais investiemnto.

Não defendemos reduções aos apoios dos Açores, não aceitamos é que nos tirem apoios só porque votamos PSD...

Cumprimentos da Madeira

Fiat Lux disse...

Rui

para mim a questão não é se os Açores e a Madeira recebem muito ou pouco.
Essa é outra discussão.
A questão é que realidades diferentes merecem tratamentos diferentes.
É por isso que Açores e Madeira fazem parte das Regiões Ultraperiféricas.
Arquipélagos distantes que não podem, naturalmente, ser comparados a ilhas que ficam quase coladas ao continente.

Juan Pardau

como açoriano nada me move contra os madeirenses.(E estou convicto que este é um sentimento generalizado de parte a parte)
Esta não é uma guerra de uma região contra a outra.
A verdade é que durante anos a diferente realidade dos dois arquipélagos não foi tida na devida conta.
Agora os critérios até podem não ser perfeitos mas introduziram uma correcção importante.
Aceito, porém, que o PS de Sócrates tenha agora tomado esta decisão por questões de simpatia política.
Como é óbvio, não deveria ser por essa razão, mas porque se trata de fazer justiça, independentemente das cores políticas no continente e nas regiões autónomas.

Cumprimentos dos Açores :)

Juan Pardau disse...

Fiat Lux

A questão é esta: era necessário introduzir uma discriminação positiva relativamente aos Açores?

A minha resposta é: sim!

Isso deveria implicar tirar dinheiro à Madeira para finaciar essa discriminação positiva?

Evidentemente que não! Pois as condições intrínsecas que justificam essas transferências permanecem e permanecerão inalteradas no futuro.

A justiça que dizes ter sido introduzida em relação aos Açores vem acompanhada de uma profunda injustiça para a Madeira e os Madeirenses, e é isso que é inaceitável.

Cumprimentos da Madeira

Fiat Lux disse...

Juan Pardau

o meu ponto de vista é este:

se for possível (é?)ter um "bolo" maior para dividir pela Madeira e Açores, mesmo que os Açores tenham um maior quinhão, o "bolo" dá para todos.

se não for possivel (não é?)aumentar o "bolo", e se quisermos dividi-lo dando uma fatia maior aos Açores do que à Madeira é óbvio que a Madeira não ficará satisfeita.

mas se nos centrarmos apenas na divisão do "bolo", essa continuará a ser, mesmo assim, a repartição mais justa, se aceitarmos que
os Açores e a Madeira não são realidades iguais.

Assim sendo, a questão tem de ser colocada nestes termos :
merecem os Açores e Madeira mais fatias do "bolo" do Estado?

Os argumentos de Alberto João Jardim foram no sentido de que os Açores nao deveriam ter mais que a Madeira.
O que enviesa toda esta discussão logo à partida.

Cumprimentos

Juan Pardau disse...

Fiat Lux

Quanto à possibilidade de aumentar o "bolo", eu diria que, tendo em conta algumas obras gigantescas que o actual Governo central e centralista pretende fazer que é possível, embora a realidade do país diga o contrário, como se comprova pelo encerramento de maternidades numa perspectiva de "contenção da despesa pública".

Por outro lado as alterações introduzidas pela LFR tiram à Madeira valores na ordem dos 400 milhões de euros e não atribuem aos Açores esse valor.

Resumindo foi uma manobra como tantas outras de reduzir o défice, uma das bandeiras que tanto orgulha o Eng. (?) Sócrates à custa do dinheiro dos outros.

O mesmo aconteceu com as competências que o Governo mandou para as Câmaras sem as respectivas verbas, de que é exemplo sintomático a questão dos transportes escolares.

Quanto ao que eu disse, repito,o AJJ defende um tratamento igual entre os arquipélagos, o que não quer dizer, como expliquei há pouco, verbas iguais para ambos.

Que o Governo queira fazer justiça à maior insularidade dos Açores, tudo bem. Excusava era de mudar a meio de uma legislatura as regras de financiamento das RA, ainda para mais quando se comprometeu no período eleitoral a não o fazer.

Cumprimentos