quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Inconstitucional, dizem eles.


Os que querem continuar a decidir sobre sentimentos alheios, os que odeiam "maricas", já andam por aí a berrar que a lei agora aprovada é inconstitucional.Porque os casais homossexuais não poderão adoptar crianças.Como se fosse exactamente a mesma coisa.
Dois adultos decidem casar-se e isso só lhes deve dizer respeito a eles.
Se adoptarem uma criança dirá respeito também à criança.
Não sou à partida contra a adopção. Mas não é a mesma coisa.
E admito que me possam convencer que em alguns casos pode não ser o mais aconselhável.
Tal como admito o contrário.
É um assunto que deve ser discutido.
Já parece a história de "dei-te uns grãozinhos e já me pedes um punhado".
Até agora não havia nada.
Agora "querem" tudo de uma vez.
Mas o mais "curioso" é que os que "querem" tudo de uma vez são os mesmos que não queriam que se "desse" nada!?
Pura e simplesmente queriam que se produzissem leis para impedir os sentimentos de cada um.
Mas sobre os sentimentos ninguém legisla.
Já dizia o poeta "não há machado que corte a raíz ao pensamento".

5 comentários:

Tiago R. disse...

A liberdade mete medo a muita gente.
Especialmente aos que têm algo que querem esconder...

Menina da Rádio disse...

Lamento, mas não consegui perceber o post.

Fiat Lux disse...

Menina da Rádio

vou tentar ser mais explícito
Como não sei que parte(s) não percebeu vou tentar explicitar melhor todas as afirmações.

1."Os que querem continuar a decidir sobre sentimentos alheios, os que odeiam "maricas", já andam por aí a berrar que a lei agora aprovada é inconstitucional.Porque os casais homossexuais não poderão adoptar crianças.Como se fosse exactamente a mesma coisa."

O que entendo é que nesta matéria (como no caso da interrupção voluntária da gravidez) quem quer legislar contra, está a legislar sobre os sentimentos dos outros e
não deveria ser possível legislar sobre os sentimentos individuais de cada um. Quem está a dar o seu "sim" não está a obrigar ninguém a agir de determinada forma. Está apenas a permitir a liberdade de escolha de cada um sobre a sua vida.
Por isso é que digo que quando
"Dois adultos decidem casar-se isso só lhes deve dizer respeito a eles".
Eu não tenho nada com isso.

2."Se adoptarem uma criança dirá respeito também à criança.
Não sou à partida contra a adopção. Mas não é a mesma coisa.
E admito que me possam convencer que em alguns casos pode não ser o mais aconselhável.
Tal como admito o contrário.
É um assunto que deve ser discutido".

Quis dizer com isto que
uma coisa é o casamento homossexual, outra coisa é a possibilidade de adopção.
Porque nesses casos já não é apenas entre duas pessoas, há uma terceira pessoa envolvida.
E tem de ser tido em conta o que é melhor para essa pessoa.

3.Já parece a história de "dei-te uns grãozinhos e já me pedes um punhado".
Até agora não havia nada.
Agora "querem" tudo de uma vez".

O que quis dizer foi que até agora era "proibido" sequer falar-se em casamentos de homossexuais. As pessoas quase que eram excomungadas. Agora que,por lei,poderão casar, querem também adoptar. Já. E até já querem casar no dia dos Casamentos das Noivas de Santo António !?

4."Mas o mais "curioso" é que os que "querem" tudo de uma vez são os mesmos que não queriam que se "desse" nada!?"

O que quis dizer foi que aqueles que acusam a lei agora aprovada de discriminar os casais homossexuais (porque não podem adoptar)estão a se hipócritas,porque nem sequer queriam que o casamento homossexual fosse aprovado.
Eles fingemn que estão preocupados com a limitação de direitos dos homossexuais, mas o que eles querem na verdade é que a lei seja declarada inconstitucional(com o argumento que não permite a adopção) e assim voltamos à estaca zero e não seriam sequer permitidos os "casamentos gay".

5."Pura e simplesmente queriam que se produzissem leis para impedir os sentimentos de cada um.
Mas sobre os sentimentos ninguém legisla.
Já dizia o poeta "não há machado que corte a raíz ao pensamento".

Penso que o esclarecimento do ponto 1. é suficiente.

Espero ter sido mais claro.
Diga-me se percebeu o meu ponto de vista, mesmo que discorde.
Cumps.

Menina da Rádio disse...

ok, obrigada pela trabalheira!! O que me mete realmente confusão é que a orientação sexual de uma pessoa seja considerada um factor determinante para se concluir se uma pessoa está ou não apta a educar uma criança.

Fiat Lux disse...

Eu não sei se é um "factor determinante".

Admito que haja pontos de vista diferentes.

Admito que de um lado e de outro haja argumentos a ter em conta nessa discussão.

Nesta fase o meu ponto é este:
- 2 pessoas adultas ficarem juntas é com elas.
- 2 pessoas adultas ficarem juntas e adoptarem uma criança é com elas...e com a criança.

Não estou a dizer que sou contra a adopção por parte de um casal homossexual.
Mas admito que tenho ainda algumas dúvidas.
E acho que aprovada uma lei, não é preciso aprovar no mesmo dia um novo avanço nessa lei.
Tal como entendo que a lei não deve ser declarada inconstitucional só porque não se dá esse passo já.
Cumps.