segunda-feira, 13 de julho de 2009

O twitter, o "puritanismo" e o aviãozinho de papel


Esta coisa do twitter na Assembleia Regional começa a cansar.Gostaria no entanto de esgrimir um último (?) argumento contra os que começam a acusar de "puritanos" os que condenam a utilização do twitter da maneira que foi feita pelo deputado Alexandre Pascoal.Faço parte desse grupo de "info-excluídos".E, apesar disso, não me sinto inferior a ninguém que tenha um twitter. Só porque estão no twitter e eu não.
Porque a questão não é o twitter.
O deputado Alexandre Pascoal até poderia ter mandado o(s) seu(s) comentário(s) em aviõezinhos de papel.
A questão é que o deputado Alexandre Pascoal sabia que, muito provavelmente, quer Artur Lima quer António Marinho não se aperceberiam de imediato dos seus comentários pouco abonatórios para aqueles deputados.
É que eles estavam a usar da palavra. Dirigindo-se a toda a Assembleia. De viva voz.
Como é óbvio não estavam ao mesmo tempo com o computador aberto, na internet e no twitter.
Nem sequer têm de ter twitter.
Um deputado que use o twitter não pode ser um proscrito.
Mas quem não usa o twitter também não pode ser um proscrito.
Este é o cerne da questão.
Os deputados estão a comunicar com os eleitores através do twitter?
Tão distraídos nessa nobre tarefa que se esquecem de comunicar com os restantes deputados que estão ali mesmo frente a frente? Isso é normal?
Insisto. Foi o twiter, mas poderia ter sido no blog. No messenger. Ou até por telefone.
Em qualquer dos casos seria deselegante, e condenável à luz daquilo que deve ser um debate parlamentar leal.
Mas também não ponham a culpa em quem discorda de uma utilização do twitter abusiva.
E não lhes chamem puritanos.
P.S.
E já agora, o que acham disto:
Vale mesmo tudo? Porque é no twitter? E quem achar mal é puritano?
E porque é que os deputados que têm twitter não vêm discutir esta questão com os seus eleitores?
As bocas do deputado Alexandre Pascoal no Twitter:
Em discussão da proposta do BE sobre a gravidez na adolescência: sermão de Artur Lima, pleno de preconceito, demagógico e ignorância.
António Marinho insulta o líder parlamentar do GPPS devido ao pedido de urgência sobre a Com. de Inquérito aos navios Atlântida/Anticiclone from TweetDeck

2 comentários:

Jordão disse...

"Mai nada!"

Carlos Faria disse...

Parece-me que o que foi proposto foi um código de ética ou de conduta para uso do twitter pelos deputado na ALRA durante o plenário. Sou contra o corte do uso do twitter naquele órgão, o mesmo pode ser uma ferramenta de trabalho para quem o quiser e souber utilizar. Se as partes envolvidas definirem um código de conduta no seu uso, não é o que já acontece em pleno plenário com outras ferramentas como o equipamento de som? Não foi por mau uso de outro instrumento natural que Pinho foi demitido? Censura não, regras de conduta sobre relacionamento entre pessoas que trabalham num dado espaço são muitas vezes necessárias e não correspondem a limitações de liberdade de expressão. A boa educação por vezes é suficiente. Não será isto que se pretende?