quarta-feira, 18 de junho de 2008

A religião da "auto-ajuda"


Bob Proctor: "Diz-me o que queres e eu mostro-te como alcançá-lo."
O Pavilhão Atlântico, em Lisboa, vai esgotar a lotação esta noite...e não é para ouvir Tony Carreira.
Os cerca de sete mil espectadores (que pagaram entre 30 e 60 euros) vão assistir a um "espectáculo" (deveria retirar as aspas?) que já foi visto por meio milhão de pessoas.
O norte-americano Bob Proctor é a estrela principal da noite e a primeira parte será assegurada
pelo português Adelino Cunha.
Assim a modos que um Rolling Stones/Xutos e Pontapés!
Estes senhores propõem-se divulgar a esta plateia de crentes O Segredo.
Esse mesmo que tem enchido de dinheiro o "filósofo motivacional " Bob Proctor e a australiana Rhonda Byrne. O Segredo ... já deixou de o ser,se tivermos em conta que já
vendeu mais de 10 milhões de DVD's e 12 milhões de livros em todo o mundo (350 mil exemplares em Portugal).
Basicamente o Segredo baseia-se na Lei da Atracção: "Se vizualizar na sua mente aquilo que deseja e fizer disso o seu pensamento dominante, atrairá o que quer para a sua vida".
Pensamento positivo, em suma.
Bob Proctor admite que o Segredo é uma mistura de religião e ciência
e considera que as pessoas muitas vezes não conseguem o que desejam porque pensam que são vítimas das circuntâncias", contrariando assim o filósofo espanhol Orteg y Gasset que dizia exactamente o contrário ( "Yo soy yo y mi circunstancia").
Não tenho nada contra os livros de "auto-ajuda"(tenho por aí alguns que vieram "acoplados"
gratuitamente a revistas ou jornais e que folheei enfastiada e cepticamente.
Até porque essas obras estão cheias de lugares comuns.
Não há "uma " receita para atingir a felicidade.
Descobri há tempos,não sei bem onde,que há
pelo menos 10 "mandamentos" para encontrar a felicidade. Cá vão eles.
Aceitem-nos como o meu contributo para a "auto-ajuda".
Ser feliz é tudo o que se quer
-Atitudes para encontrar a Felicidade

1.Aceite-se tal como é, incondicionalmente!
(mistura extremamente complexa de capacidades e limitações)
2.Goste daquilo que tem (valorize o que tem em vez de se lastimar
pelo que não tem ou não pode ter)
3.Compreenda que a satisfação completa não existe
(lute sempre para melhorar e alegre-se com as suas conquistas)
4.Os acontecimentos são temporários
5.Não esqueça de se divertir
6.Abra-se para novas ideias
7.Não deixe a sua vida girar em torno de uma só coisa
(a obsessão por alguma coisa torna-nos incapazes de usufruir de outras e faz perder oportunidades de beleza e alegria)
8.Preste atenção; talvez tenha o que deseja
9.Tenha uma boa noite de sono.
10.CARPE DIEM

3 comentários:

Anónimo disse...

Ó bimbo Orteg y Gasset dizia exactamente o mesmo. Eu sou eu e a minha circustância. Portanto eu sou o que sou, em função ou constrangimento do contexto em que vivo.
Quando não se sabe não se fala. Só entra mosca e sai asneira.

Fiat Lux disse...

Isto

"(...)considera que as pessoas muitas vezes não conseguem o que desejam porque pensam que são vítimas das circuntâncias",

é igual a isto?

"...contrariando assim o filósofo espanhol Orteg y Gasset que dizia exactamente o contrário ( "Yo soy yo y mi circunstancia").

E o bimbo sou eu?

Podes ter lido Ortega y Gasset,mas talvez em espanhol.Esse português está meio fraquinho.

Como podes não ter percebido,vou explicar ...devagarinho ...o que escrevi ( como se fosse para um miúdo de 10 anos).

Quando o "filósofo motivacional" Bob Proctor diz que as pessoas "pensam que são vítimas das circuntâncias" está a querer dizer que as pessoas NÃO SÃO vítimas das circunstâncias.
Ortega Y Gasset entendia que as pessoas eram "vítimas" das circunstâncias.
Para mim estas ideias são contrárias, mas se achas que são a mesma coisa estamos conversados.
Fica lá com a bicicleta.

Anónimo disse...

Ok. Não te chateio mais. O Blogue tá porreiro. Sorry.