The Post-American World - The Rise of the Rest,
o best-seller de Fareed Zakaria, director da edição internacional
da Newsweek, acaba de ser editado em Portugal pela Gradiva.
Fareed Zakaria foi entrevistado por Teresa de Sousa para o Público.
A entrevista é para ser lida na íntegra. Mas destaco este extracto:
(...) - Penso sinceramente que Obama representa uma oportunidade extraordinária para dar início a uma nova forma de exercer o poder americano. Como disse, o meu argumento é que a América vai continuar a ser a potência central, a única superpotência, mas não uma superpotência que mantenha a capacidade de exercer o poder em qualquer circunstância e em todos os domínios. Continua a ser o único país que está simultaneamente presente em toda a parte e em todos os assuntos do mundo, mas, para manter o seu poder, terá de ser visto pelo resto do mundo como um poder amigável, um poder que consulta, que persuade, que concilia. E Obama tem estado precisamente no centro desta mensagem. É por isso que digo que ele representa
uma extraordinária oportunidade. Espero que cumpra a sua palavra - a mudança e a esperança, de que sempre falou - e que não caia na tentação de regressar a uma maneira tradicional de pensar e de exercer o poder.
- O Presidente eleito tem também a vantagem de poder contar com um enorme capital de boa vontade em quase todo o mundo.
- Absolutamente. Creio que acumula mais boa vontade em todo o mundo do que qualquer outro Presidente de que me lembre, talvez com a excepção de Kennedy. A sua eleição foi um acontecimento global de uma natureza que nunca me lembro de ter visto e isso também se deve ao facto de vivermos hoje num mundo globalizado. Mas muito também se deve ao extraordinário simbolismo que Obama trouxe para esta eleição. Todos os países, em todos os pontos do mundo, foram certamente obrigados a pensar se teriam sido capazes de remover todas as barreiras, se poderiam ter também o seu próprio Obama. A eleição do novo Presidente lembrou a toda a gente que a América continua a ser o país mais capaz de inventar o futuro. Neste sentido, Obama acabou por devolver à América a parte mais importante do seu próprio poder - o poder do exemplo.(...)
Obama já leu o livro de Fareed Zakaria.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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2 comentários:
Devido à minha área de estudo, custa-me muito fazer juízos em relação à forma como a administração Bush (ou tudo o resto que se acontece a nível de relações internacionais) exerceu o seu poder. Eu explico:
Aquilo que posso e sei analisar é que os EUA como hiperpotência farão tudo para manter essa posição. O único juízo que posso fazer é que me parece normal que o queiram manter; qualquer outro país faria o mesmo e, mais, o Obama vai também fazer o mesmo. A questão que pode e deve ser analisada é como agem para manter essa posição e aí parece-me claramente que o unilateralismo de Bush foi contra-producente, tanto a nível interno (talvez o mais importante), como a nível externo. Parece-me que o Obama vai seguir outra linha, uma linha de multilateralismo, por uma razão realista apenas, porque isso será melhor para atingir os objectivos dos EUA que é manter o seu poder.
E, no fundo, parece-me que é isso que o Zakaria escreve.
Essa é também a minha leitura.
Bom fim de semana
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