Li a notícia a 1 de Agosto no suplemento Fugas do jornal Público.
E logo se me "arrepiaram os ossos".
600 pessoas de uma vez só na montanha do Pico?
"Está tudo doido ?" Pensei na altura. E agora reforço a minha ideia.
Então não é que esta actividade de "defesa da natureza" tem o apoio do Governo Regional ?
E mais grave ainda: o Governo Regional fez aprovar um
regulamento que, muito sensatamente, impõe restrições, inclusive no número de visitantes da montanha em simultâneo.
("A capacidade de carga máxima para o percurso é de 160 visitantes em simultâneo" )
Quer dizer, uma coisa que aparece travestida de "actividade de natureza", supostamente com intuitos de sensibilização ambiental e de preservação do nosso património, acaba por promover uma actividade que, em última análise, pode ajudar a degradar, ainda mais, a montanha do Pico, sobretudo o piquinho.
Já imaginaram 600 pessoas em cima do Pico, de uma vez só? E se forem 600 vão todos subir o piquinho? Ou vai haver um sorteio?
Reparem nas fotos abaixo (cliquem para ampliar).
Nas fotos podem ver-se várias pessoas a escalar o piquinho.
Quantas? Duas dezenas talvez. No máximo.
Agora imaginem se forem muitas mais.
Para além do perigo para a integridade física de algumas dessas pessoas.
De 1 de Agosto até agora esperei que alguém dissesse alguma coisa sobre este disparate.
Não li, nem ouvi ninguém,embora possa ter-me passado ao lado alguma opinião que procurasse
chamar esta gente à razão, explicando a estes crânios, a estes ambientalistas de fim-de-semana, que esta actividade de "defesa da natureza" terá muito mais de negativo do que positivo para a montanha do Pico.
Sou natural do Pico. Já subi várias vezes a montanha. Conheço-a bem.
E conheço pessoas que a conhecem muitíssimo bem.
E que também acham que este é um enorme disparate.
Ainda maior que a montanha do Pico.
Lamentavelmente o Governo Regional dá mais um sinal de total desorientação em termos de defesa ambiental.
É muito grave que o Governo Regional patrocine uma actividade desta natureza, que fará muito pouco em defesa da Natureza, antes pelo contrário.
Termino como comecei:
Está tudo doido!