Post Scriptum ao post anterior.
(Para encerrar este capítulo "das ilhas" (pelo menos da minha parte)
Depois disto quem não quiser perceber o que disse, que seja muito feliz com as suas teorias.)
1.Nasci na ilha do Pico.
2.Conheço, muito bem todas as ilhas dos Açores, inclusive S.Miguel onde resido.
3.Gosto, e desgosto, de coisas e pessoas de todas as ilhas.
4.Há pessoas "boas" e "más" em todas as ilhas.
Melhores e piores.
Trabalhadores e malandros.
Competentes e incompetentes.
Espertos e tolos, etc, etc, etc
5.Nenhuma ilha detem uma "casta apurada" superior às outras.(Aliás parece já estar provado também que não há "sangue azul".)
6.Um corvino não é pior que um micaelense e vice-versa.
Pode um ter mais condições que o outro, por razões que nada têm a ver com a pessoa em si.
7.Há pessoas de S.Miguel que se referem às outras ilhas dos Açores como "as ilhas".
8.Percebo que algumas pessoas o fazem sem qualquer sentimento de superioridade (que não tem razão de ser aliás.S.Miguel é a ilha maior e o Corvo a mais pequena, mas nenhum micaelense e nenhum corvino têm qualquer mérito ou demérito na criação das ilhas, julgo eu).
Percebo até que,por vezes, dê jeito utilizar essa expressão.
Por exemplo, se se pergunta a alguém de onde é uma pessoa e se essa pessoa sabe que o fulano é dos Açores mas não sabe de que ilha, até se percebe que a resposta seja "É das ilhas".
9.No entanto se este diálogo ocorrer, por exemplo no Corvo, não é hábito dar uma resposta idêntica.Talvez respondam "Sei que é dos Açores, mas não sei de que ilha".
10.A verdade é que algumas pessoas usam a expressão depreciativamente,com a intenção de "gozar" com as pessoas das outras ilhas, rebaixando-as a uma condição de "atrasadinhos".
11.Nascido no Pico, não tenho nenhum sentimento de superioridade em relação a quem tenha nascido no Corvo, tal como não tenho nenhum sentimento de inferioridade em relação a quem quer que seja que tenha nascido em S.Miguel. Nem sequer em relação ao Presidente do Governo Regional.
Notas finais:
- O primeiro comentário ao meu post anterior é elucidativo de tudo o que disse.
Não faço ideia se o seu autor passou ou não da cepa torta. Por mim não estou nada desgostoso com a minha cepa.
Já vivi em muitas ilhas e já olhei para muitas ilhas.Com olhos de ver.
E trabalhei tanto numas ilhas como noutras.
Esse "argumento" é pequenino.
Inversamente proporcional à dimensão de S.Miguel.
Já assisti em S.Miguel a muitos eventos onde nem estava meia dúzia de jornalistas.
Como deve saber (embora o queira ignorar deliberadamente porque lhe dá jeito para a sua "tese") é que essa coisa da falta de adesão/participação nas mais diversas iniciativas é um mal geral.
- Menina da Rádio, essa das "ilhas de baixo" dava ainda para mais conversa. Acho piada à expressão, quando usada na brincadeira (eu próprio a utilizo frequentemente) , mas ouvi-la a sério não me dá qualquer vontade de rir.
Se virmos bem as "ilhas de baixo" são S.Miguel e Santa Maria. A não ser que se queiram referir ás ilhas que estão "por baixo". Mas aí voltamos ao mesmo. Para esses a minha resposta está dada atrás.
- Ao anónimo que me diz "Quer ver Santa Maria todos os dias?Passe pela Povoação, zonas altas".
Olhe que não é bem assim. Santa Maria não se avista todos os dias. Nem das zonas altas da Povoação. Passo com alguma frequência na Povoação e muitas vezes não se vê Santa Maria.
E quando a visibilidade é boa até se vê Santa Maria a partir da zona de Ponta Delgada.
-Maninha, olhe que nem sempre estamos perante "um mero deslize linguístico...igual a tantos outros".
Mas tem toda a razão quando diz que estou a dar muita importância a isso.
Portanto, ponto final.
Da minha parte,pelo menos.
A não ser que alguém queira rebater os meus argumentos com outros argumentos.
Para ofensas gratuitas não estou em casa.
Ah, e por ofensas gratuitas, de um comentário que nada tinha a ver com o tema "das ilhas"
(que eu vou apagar) a resposta vem já a seguir.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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9 comentários:
O bairrismo é uma realidade do nosso País, que em nada é exclusiva das ilhas. Tem um lado bom (o vestir a camisola e defender o que é nosso) e um lado mau (o não ser capaz de ver para além do nosso horizonte). O difícil é conseguir tirar proveito do primeiro sem ultrapassar os limites e entrar sem volta no segundo. E nessa arte acho que as nossas gentes açorianas ainda têm muito para aprender...
Saudações do Tejo,
LB
Saudações :)
Infelizmente o bairrismo "mau", por aquilo que percebi uma vez mais ao ver ontem um programa da RTP-Açores no Canadá,é também uma "tradição" que os emigrantes alimentam. É triste.
Opá, polémica por aqui. Não tenho passado por aqui nos últimos dias, tempo de exames:(
Não conheço o grupo ocidental e conheço mal as restantes ilhas. Para mim conhecer é perceber toda a envolvente local, história, geografia, costumes, tradições, gastronomia, música e pronuncia. Na verdade, acho que nem conheço a Terceira e sempre vivi lá, preciso ler mais sobre história e procurar os recantos.
Nos Açores ainda não temos a verdadeira consciência de região. O bairrismo é ainda muito forte. Só sinto consciência de região nas ilhas do triângulo, devido à proximidade em todas as áreas.
Haja Saúde
O Fiat sempre que tenta trazer à baila a polémica - na cabeça dele -expressão "das ilhas", leva sempre no nariz. Esta expressão existirá sempre na boca dos micalenses tal e qual a expressão "está calor" quando na verdade está incorrecta à luz da física. Muitas outras expressões existem na boca do povo embora não estejam correctas. Vejam o caso dos aveirenses e a sua ria.
A cultura micaelense centra-se, como se sabe, no vinho de cheiro e na pimenta.
O(a) senhor(a) que diz que "levo no nariz" não apresentou nenhum argumento válido para se gabar da sua valentia.
Ninguém aqui está a falar de fisíca, nem de gramática.
Está-se a falar de uma expressão usada por vezes de forma errada (deliberadamente) para arvorar uma "superioridade" que não existe.
O que está a fazer é confundir alhos com bugalhos.
Assim é tempo perdido.
Pode continuar a desconversar à vontade.
Comigo não.
Nunca julguei que o post anterior desse motivo de tanto comentário... sou faialense de sangue e coração, jorgense de laços familiares e memórias, picoense por amizade de vizinhança, micaelense por ter gostado de viver e exercido a primeira actividade profissional. sou açoriano e adoro isto, nunca digo "as ilhas" no faial porque no contexto naturalmente não me ocorre e digo "as ilhas" em conversas normais de grupo em são miguel sem nenhum receio ou predisposição. quando queremos levar a mal uma expressão há sempre um jeito... Isto de bairrismo qb é saudável e em excesso é mesmo muito doentio.
E o bairrista sou eu ? :)
Fico satisfeita por pôr um ponto final nestas desavenças. O seu blog é muito interessante e superior a qualquer injúria grosseira e parva que se faça aqui contra si ou contra outra pessoa.
Penso que é claro quando toma as suas posições e emite as suas opiniões. Quem não entende, ou é limitado no seu raciocínio, ou olha tanto para o seu umbigo que acaba por interpretar tudo em função das suas convicções.
Enfim... isto tudo para dizer que espero que este local volte a ser pacífico e que a sua qualidade não volte a ser manchada por estes discursos enfadonhos.
(Com o devido respeito, Fiat, mas já não há paciência para estas suas queixas...)
Um abraço.
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