Daniel de Sá, escritor, micaelense, escreveu no "Correio dos Açores" de 1 de Junho uma crónica que merece ser lida,sobretudo por alguns micaelenses.
Com o título "Voltará a nascer gente no Pico?", Daniel de Sá dá mostras da sua "açorianidade", lembrando um episódio em que defendeu a hipótese de localizar a sede de um serviço da administração regional na ilha Terceira, perante o desagrado de alguns colegas micaelenses.
(Terá sido nos seus tempos de deputado na Assembleia Regional, creio eu).
Diz Daniel de Sá:"Para mim o Corvo conta tanto como S.Miguel,ou o Pico tanto como a Terceira ou Santa Maria".
E sobre a promessa recente do Governo em instalar uma maternidade no Pico, remata:
"Há custos que valem a pena. E são esses por que é preciso optar, numa época em que em parte se gere o Estado como uma empresa.A vida está sempre primeiro".
É um escrito digno de um açoriano de "alma plena".
Para muitos micaelenses, que julgam a sua ilha como um continente, "as ilhas" não merecem muito do que têm.
Há até quem defenda que o Corvo deveria ser despovoado pura e simplesmente.
Felizmente em S.Miguel também há gente como Daniel de Sá, que apesar de não ter outras ilhas em linha de vista, (excepto Santa Maria,esporadicamente) sabe que vive num arquipélago de nove ilhas...e que S.Miguel é apenas mais uma ilha, embora a maior e com mais de metade da população.
Mas essa evidência "quantitativa" não pode servir de desculpa para desinvestir nas ilhas "pequenas". Esse raciocínio seria a morte dos Açores, e viria dar razão à comparação absurda dos continentais, quando falam da população dos Açores versus a população da Amadora, para criticar os investimentos do Estado na Região.
1 comentário:
Que pena não haverem mais danieis de sá...
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