sexta-feira, 5 de junho de 2009

Filme de terror


Esta noite, à hora do telejornal, a RTP Açores exibiu, despudoramente, um "filme de terror".
Um inquérito sobre as eleições europeias.
Poucos dos entrevistados sabiam para que são as eleições de Domingo.
Muitos não sabiam e não queriam saber.
Os jovens então é uma coisa muito séria.
É de arrepiar.
Não querem saber da política, nao acreditam nos políticos.
Uma rapariga disse mesmo que era atirá-los ao mar!?
É um filme de terror.
Para quem ainda acredita na democracia.
Em que o voto é uma peça fundamental.
Eu voto sempre.
Domingo lá estarei.
Diga-se a verdade que ainda estou indeciso.
Já sei onde não voto.
Mas ainda não sei onde votarei.
(Afastaram indecentemente o meu candidato)
Oh Céus! Mas até lá hei-de resolver.
Nem que vote em branco.
Embora ao votar em branco esteja a deixar que os outros escolham por mim.
E podem escolher exactamente aqueles que eu não quero.
Em branco não.
Até lá hei-de decidir.
Temo que, por este andar, qualquer dia (ainda mais do que hoje) a política seja tomada de assalto por um bando de "mafiosos".
Dir-me-ão alguns, mais descrentes do que eu, que isso já acontece hoje.
Mas acreditem que pode ser ainda muito pior.
Se nos demitirmos de escolher os mais capazes.
Horroriza-me este monstruoso desinteresse pelo exercício de um direito que deveria ser também um dever.
Por isso, quando Carlos César falou em voto obrigatório não me escandalizei.
E assisti, até com alguma estupefacção, à estupefacção do país políticamente correcto.
Porque afinal, se virmos bem somos obrigados a escolher toda a vida.
Que diabo custa mais uma escolha?
Que diabo custa perder 5 minutos no próximo Domingo para fazer uma cruz?
Ou até para não fazer cruz nenhuma?
Têm de ir para a praia? Para o campo? Para o café? Dormir?
E das 24 horas do dia não podem retirar 5 minutos?
E se chover nao podem pegar na porcaria do guarda-chuva?
E na segunda-feira quando forem obrigados a ir trabalhar, o que vão fazer?
Eu por mim voto.
Sempre.
Mais que não seja, presto assim a minha simples homenagem a muitos que lutaram para que eu pudesse exercer esse direito.
É o meu dever.
É a minha obrigação.
Que eu exerço e exercerei sempre.
Voluntariamente...ou obrigado.

15 comentários:

Anónimo disse...

Concordo cnsg

Até dava parar rir não fosse o "terror" de ouvir tal coisa

Só uma coisa me faz confusão...é que já começo a pensar que a sua insistencia na mesma tecla se deve apenas a serem da mesma ilha...

Carlos Faria disse...

o descrédito da política (ou da democracia) tem culpados de ambos os lados da barricada: políticos e eleitores.
Os políticos oportunistas em proveito próprio desenvolveram um polvo de ineficácia, demagogia e impunidade que é difícil abater, enquanto se afastaram os elementos desinteressados e mais preocupados com a causa pública.
Mas o povo asistiu a isto indiferente, colhendo dinheiros do estado e da europa, ou seja envolvendo-se com o mesmo polvo, para cobrir vícios de curto-prazo em detrimento de exigir políticas de futuro. Preferindo a solução fácil para hoje ao sacrifício em prol do futuro
Neste dar as mãos eleitor-eleito, trilhou-se esta descida que tem o inferno no fim do caminho.
Atirar pedras aos políticos é a solução mais fácil de esconder a falta de intervenção na sociedade onde muitos parasitsam.

Fiat Lux disse...

"Só uma coisa me faz confusão...é que já começo a pensar que a sua insistencia na mesma tecla se deve apenas a serem da mesma ilha..."

Não sei a que tecla se refere.
Se é à "filha da putice" que fizeram ao Duarte Freitas toda a insistência será sempre coisa pouca para a barbaridade que lhe fizeram.
A ele e a todos os açorianos que reconhecendo o seu trabalho - gente de várias ilhas e até de vários partidos - ficou sem vontade sequer para votar.
O Duarte Freitas poderia ser do Corvo ou de Santa Maria, ou até dos ilhéus das Formigas.
Com o trabalho que desenvolveu teria sempre o meu voto.
De qualquer modo a substância do meu post nem era essa.
Só fiz essa referência porque tenho agora este problema de escolher outro(s) candidato(s).
E não está nada fácil.

O Psiquiatra de serviço disse...

Votar em qualquer partido é contribuir para a legitimação dessa farsa muito bem descrita pelo geocrusoe e sintomática no pensamento politico dominante na nossa sociedade. Votar em branco é, mais do que um direito, o dever de vetar esse sistema "deles", instrumentalizado para servir os interesses "deles".
Tal como o voto, o veto é uma arma dos cidadãos, quiçá a mais poderosa e a única verdadeiramente eficaz no que toca à salvaguarda de um regime que custou muito a implementar em 1974.
Eu por mim não só vou votar em branco, como farei o que estiver ao meu alcance para convencer os que me rodeiam a fazer o mesmo.

O Psiquiatra de serviço disse...

Acontece até que os "politicos", comentadores e afins arranjam sempre explicações para a abstenção. Com uma expressiva votação em branco, qual será a justificação desses artífices da demagogia?
A resposta parece-me previsivel.

Tiago R. disse...

Concordo com o Geocrusuoé e acho que o Psiquiatra não leu com atenção o que ele escreveu. Porque os eleitores também são responsáveis e devem ser responsabilizados.
Termos mais votantes (voluntários ou obrigados) não nos vai resolver nenhum problema. O que precisamos é de votantes mais conscientes do que estão a fazer.

Fiat:
Duarte Freitas foi dos piores eurodeputados portugueses, dos que menos trabalhou. Para quê votar nele?

Tiago R. disse...

basta ver, por exemplo, aqui: http://www.parlorama.eu/en/european-deputies-portugal/0-0-0/

Anónimo disse...

O FIAT sabe tanto daquilo que Duarte Freitas fez como os restantes eleitores sabem: nada.
Nem de Duarte Freitas nem de nenhum dos outros que por lá andam.

Tem informação, como todos temos, daquilo que os jornais dizem. E a informação veinculada nos média, nesta como noutras matérias, deixa muito a desejar por ser parcial, para não dizer, comprada.

Dai que por mais que não se queira, vamos todos votar de olhos vendados.
Pedem-nos um voto, sem termos a percepção da sua utilidade.
Apelam à participação, sem nos sentirmos parte da causa.

Ninguém vota de empurrão.

Anónimo disse...

Votar em branco?

com essa camada de aldrabões, ainda acabavam por por uma cruz no meu boletim de voto.

Anónimo disse...

Os politicos irão, muito naturalmente, reclamar o "branco" para a sua causa.

ZE disse...

Mas o que queremos? A nossa politica de juventude é subsidiar Raves! Depois admiram-se que os jovens não liguem a mais nada senão à night!

Anónimo disse...

Os jovens querem é fumar ganzas e fornicar a torto e a direito. Os que foram entrevistados pela TV de garagem estavam com uma grande pedra em cima que confundiram votar com abortar.

AC_BC disse...

Anónimo das 11:07 --> LOL

Bem capazes disso eram eles...
Eu sou jovem e pouco percebo de política, mas quando a altura das eleições se aproxima, tento sempre informar-me minimamente em relação aos candidatos. Faço por exercer este meu dever. Prefiro votar e ficar de consciência tranquila. E talvez os jovens se estjam a tentar aproximar mais da política.

É apenas uma opinião, mas com as políticas de ultimamente, que nos deixam incomodados em assistir aos noticiários, penso que os jovens começam (embora devagar) a abrir os olhos e a tentar mudar o rumo do nosso país.

Este Domingo, pela vossa saúde, VOTEM!

Anónimo disse...

Vi a reportágem e embora perceba a intenção do jornalista que a fez, achei o timeing errado. Isto é só uma opinião sem querer ofender ninguém, pois neste blog a coisa anda terrivel:(
Acho até que o Fiat Lux anda a desgastar-se e a dar impotância a quem não merece.
Madona

Fiat Lux disse...

Madona

não ofendeu nada.
Antes pelo contrário.
Até agradeço que me dêem a vossa opinião sobre como lidar com as "bestinhas" que aparecem por aí.
Acho que tem razão.
Vou fazer como o outro:
"Os cães ladram e a caravana passa".
Cumprimentos