quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E ninguém lhe atirou com ovos?

Ministra da Educação, na Assembleia da República (2008-11-12):
-«Peço desculpa aos senhores professores de ter causado tanta desmotivação, mas é do interesse do país, dos alunos e das escolas".


23 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Fiat. Os professores não querem ser avaliados por modelo algum que ponha em causa a sua promoção automática. O país já foi tolerante de mais. Quem precisa de levar com ovos e se calhar com mais qualquer coisa são os mários nogueiras e muitos profs. O tempo de trabalhar 5 horas por dia está em contagem decrescente. Toda a gente trabalha 40 horas semanais e até mais. Os profs entendem que a sua profissão se deve resumir ao tempo lectivo e todos sabemos que não é assim. Um taxista não se limita a conduzir o taxi. Tem de o lavar e preencher fichas de itenerários, preparar a sua contabilidade e zelar pela manutenção do táxi, pagar o imposto de circulação e tratar do seu IRS, como em todas a profissões.
Ainda há poucos anos um professor do 1ºciclo dava as suas aulas a alunos do 1 e 2º anos, de cigarro na mão. Entendo porque estão zangados, mas não têm razão.

Anónimo disse...

Tenho os meus filhos numa escola pública.
Não percebo porque é que a quem educa os meus filhos não deve ser exigida competência.
Será que os professores se metem todos no mesmo saco?
Será que são todos competentes?
Será que todos se esforçam para o ser?
Caro Fiat.
Quem defende a rebaldaria.
Quem defende a irresponsabilidade.
Quem defende as arruaças.

Quem defende isto, pouca ou nenhuma legitimidade para criticar o que quer que seja!

Ovos, a serem atirados, devem ser podres e a um tal Mário Nogueira,

Anónimo disse...

Caros anónimos
esta é uma discussão inacabada

o meu post e os vossos comentários sao a melhor prova de que esta mulher tem uma grande virtude:sabe dividir as pessoas.
Dividir para reinar.

Eu não tenho filhos na escola, mas tenho professores na família e no meu círculo de amigos.
Vão dizer-me que é uma excepção, mas esses professores são competentes e trabalhadores.
Além das horas que trabalham na escola a dar os programas escolares e a tentar educar alguns alunos que em casa não recebem nenhuma educação, quando chegam a casa é raro o dia em que não trabalham mais algumas horas.Às vezes pela noite dentro. Muitas vezes aos fins de semana.
Esses professore que conheço, muito bem, nunca disseram que não deveriam ser avaliados. Mas sempre disseram que querem, ser avaliados de forma justa. O actual modelo da Milu não permite nada disso. Dir-me-ão que avaliações injustas há em todas as profissões onde há avaliações.
Inteiramente de acordo. Também já me senti injustiçado na avaliação que fizeram na minha empresa.
Mas pelos meus direitos devo pugnar eu. Aos professores cabe a sua luta. Que eu considero mais que justa.

"O país já foi tolerante de mais"

mas foi com este Governo e com esta ministra.

O Mário Nogueira é sindicalista e, por acaso comunista.
Os 120 mil que sairam à rua são todos tolinhos manipulados pelo Mário Nogueira?

Não é verdade que "os profs entendem que a sua profissão se deve resumir ao tempo lectivo"

Esse professor do 1ºciclo que "dava as suas aulas a alunos do 1 e 2º anos, de cigarro na mão"
era sem dúvida uma excepção (e se não foi deveria ter sido devidamente punido por isso).

Ao Sr(a) que exige competencia
a quem educa os seus filhos só posso dizer que estou inteiramente de acordo.
É óbvio que os professores não se metem todos no mesmo saco e apesar de tudo acho que há mais professores "bons" do que "maus".
Não são todos competentes , nao há nenhuma profissão em que só haja competentes, vamos exigir isso apenas aos professores?
E é óbvio que há muitos que não mereciam ser professores, tal como há governantes, pedreiros, motoristas, sapateiros,polícias, juristas,padres, etc, etc,etc que não mereciam ser nada porque não valem nada.

Eu não defendo a rebaldaria,nem a irresponsabilidade, nem as arruaças, mas percebo quais as suas causas.

A frase da ministra que citei (ate pode estar descontextualizada), mas se a analisarmos tal como está, só merece realmente levar com ovos. Então a Sra pede desculpa por ter causado a desmotivaçao, mas diz que "é do interesse do país dos alunos e das escolas!? Mas afinal as escolas sao constituidas por edificios com alunos dentro?
Sem professores?
Os professores não se devem sobrepor aos alunos, mas tambem nao devem ver os seus direitos esmagados por uma cega politica de 1º e acima de tudo os alunos, tao acima que ate se obriga os professores a passar os alunos todos de ano se nao o professor é penalizado!?.
Se um aluno não estuda,e é uma besta malcriada, a culpa é dos professores?

Jordão disse...

Gostei! Gostei do post, gostei dos comentários e gostei da resposta. Agora podíamos aproveitar todas essas opiniões, essas três e mais as milhares pelo país fora e chegar-mos a um consenso para bem do nosso futuro e do futuro dos nossos filhos! A educação vai mal e urge fazer-se algo. Devemos fazer exactamente o contrário de que os auto-intitulados socialistas estão a fazer nesse momento. Unir esforços para melhorar e progredir!

Anónimo disse...

Continuo a considerar que a educação dos nossos filhos é um assunto demasiado sério, para não existirem mecanismos de responsabilização.
O meu caso é paradigmático.
Apanhei como professor de Biologia um azelha, que nem do ponto de vista ciêntifico nem pedagógico valia nada.
Fazia o que queria e entendia na sala. Dizia, do ponto de vista ciêntifico, asneiradas. Não se esforçava minimamente. Faltava meio ando.
Deu-me um 17, porque adivinhava que bem lá no fundo, eu é que o avaliava, e tramou-me a carreira na Universidade, porque fui mal preparado.
Subiu na carreira como os outros colegas de profissão, muito melhores a todos os níveis. Ninguém teve a coragem de lhe ter mão!
Hoje, a dita criatura, depois de espatifar carreiras a várias gerações, vive com uma choruda reforma pedida quando já estava no topo da carreira.
Caro Fiat e caro Jordão
É justo esta criatura nunca ter sido avaliada?
É justo esta criatura ter progredido apenas por antiguidade?
Está certo que esta criatura tenha estragado carreiras porque o sistema não o controlou?

Meus caros.
O que me aconteceu, não vai acontecer aos meus filhos!
Porque eu contribuo para os salários de quem os ensina. Tenho o direito de exigir e de participar!

As escolas e o sistema, são função dos alunos. Quem trabalha na escola, é apenas um empregado do sistema, a quem se exige profissionalismo.
Quer, muito bem, não quer....vai fazer outra coisa.
A fila de docentes sem emprego é enorme. Há mais oferta do que procura!

Andamos todos pacientemente a assistir a isto.
E agora, ao que parece, passa-se à arruaça acicatada!
Alguém com o minimo de bom senso aceita isto?

Uma nota interessante: os professores de Braga queriam ir já para a greve. O tal Nogueira comunista, não quer. Porquê?
O seu calendário, tal como os seus interesses são outros!

Jordão disse...

Meu caro anónimo! Nunca disse que queria que, pura e simplesmente a avaliação, desaparecesse. Tem é que haver um consenso quanto à sua forma. Somos todos avaliados nos nossos trabalhos, porque razão eles seriam diferentes?! Digo-lhe mais, já tivemos essa discussão no Candilhes e defendíamos (tanto eu como o André) muito mais mudanças: essa história de os funcionários públicos trabalharem só 35 por semana, a mim custa-me muito engolir. Os professores sempre foram muito privilegiados, continuo afirmar que esse senhores e senhores têm muito mais do que 1 mês de férias – sei e toda gente sabe, porque têm professores na família ou amigos, e são as férias pelo Natal, Pascoa, Carnaval, Julho e Agosto em casa!!!

Anónimo disse...

Ouvi dizer que essa bandalheira dos estudantes começa sempre com mensagens anónimas vindas ..., ... epá esqueci-me. Alguém me sabe dizer de onde?

Anónimo disse...

A discussão sobre este tema (e é assim em outros casos) não se pode fazer pegando em casos pontuais para generalizar.

O professor de Biologia "azelha"
devia ter sido penalizado por ser azelha.
Os professores que nao sao azelhas nao podem ser penalizados por causa do professor azelha.

Meu caro, tem todo o direito de exigir uma boa educação para os seus filhos. Muitos dos professores é isso que estão a fazer. Mesmo discordando do modelo de avaliaçao.

Se as coisas continuarem neste pé não faltará muito para que ninguem queira ir para professor. Eu já dei aulas. Hoje seria uma das ultimas profissoes que escolheria.

Caro Jordão
não acho que "os professores sempre foram muito privilegiados"

Gostaria que os que criticam o "exagero de ferias" fossem dar aulas e me dissessem depois se conseguiam ficar com saúde mental, sem essas interruções ao longo do ano.
Experimentem se puderem e falem depois.
Ou tentem saber melhor como é que os professores são maltratados e agredidos em muitas escolas. Por alunos e por vezes pelos pais.

Anónimo disse...

tudo culpa da ministra.

Anónimo disse...

O caso pessoal que relatei, não é assim tão pessoal.
Mais aqui, nos Açores, onde ser professor, aqui há uns anos, era sinónimo de não ter outro trabalho, de ganhar uns trocos para os enfeites (no caso das senhoras), ou, pior do que isso, de não saber fazer mais nada na vida.
Quem anda pelos 30, 40 ou 50 anos sabe muito bem a que é que me refiro.

Não será condescendência a mais, dar a possibilidade da avaliação docente ser feita pelos próprios docentes?
E porque não pelos pais?
E porque não com a participação dos alunos?
E porque não por gente exterior às escolas nomeadas pela tutela?

O bom médico é avaliado pelo colega ou pelos doentes?

A Srª Ministra, não tem de ter só em conta os interesses dos professores. Há os alunos, objecto último do sistema. Há os pais, que financiam o sistema com os seus impostos e há ainda os interesses legitimos do todo social.

Só deve ser professor quem quer. Quem tem vocação.
E quem quer deve-se sujeitar a regras.
Não é assim que acontece em todas as outras profissões?

Anónimo disse...

http://entramula.blogspot.com/

Jordão disse...

Desculpa lá Fiat o uso abusivo desse teu espaço – até porque acho que o André irá tocar nesse assunto proximamente. Mas não podia deixar de contra argumentar-te. Os professores sempre foram privilegiados. Desde já, e nisso é por demais evidentemente que já ninguém nega, é a questão das férias. Agora o argumento “fossem dar aulas e me dissessem depois se conseguiam ficar com saúde mental” é que já não muito válido. Então fossem combater incêndios no interior de habitações, com temperaturas elevadíssimas, com mais de 20kg de equipamento, e sempre a fitar a morte! Ou então passar o dia a receber ameaças de morte só porque a obra é ilegal – como acontece com os fiscais de obras das câmaras. Isso são só dois exemplo – podia dar de todas as profissões. Os professores não correm risco de vida (pronto, um ou outros até correm), mas o que quero dizer com isso é que todas as profissões acarretam grande desgaste psicológico e nem por isso têm direito a 3 meses de férias.
Outra aspecto em que os professores são muito privilegiados é na questão dos vencimentos. Os professores, em inicio de carreira, ganham mais de 2 vezes o ordenado mínimo! Não sei se é muito ou se o ordenado mínimo é pouco mas o que é certo é que muito boa gente ganha o ordenado mínimo ou pouco mais. Um professor que é director de turma ganham mais 50€ por mês, etc,etc. Sabes qual é o ordenado base de um bombeiro em Portugal? 500€, metade do que ganha um professor! Mais, esses senhores e senhoras terminam a carreira a ganhar acima de 3000€, como bombeiro, em Portugal o máximo que podes aspirar são 1200€ e já é com muita sorte. E estou a falar de bombeiro mais uma vez só para dar o exemplo.

Então são privilegiados ou não?!

Não estou aqui contra os professores, se bem que alguns... mas é esse o sentimento geral do resto da população e tenho medo que por causa disso o “dividir para reinar” da ministra dê certo e não haja consenso para assim melhor a educação em Portugal e todos nós sabemos quanto importante isso é para o nosso futuro!

Anónimo disse...

Caro Jordão.
Inteiramente de acordo nesta matéria. Como complemento vale a pena, neste fim de semana, ler os comentadores do Expresso.

Caro Fiat
Apoiar directa ou indirectamente, quem atira ovos aos governantes, legitimamente escolhdos pelos portugueses, é terrorismo. Ou não será?

In vino veritas

Anónimo disse...

Caro Jordão

continuo na minha: os professores não são nenhuns privilegiados.
é óbvio que se compararmos os seus ordenados com outras profissões há muita gente que ganha menos.
essa é uma discussão que até pode ser feita, mas o argumento não pode ser: até ganhas bem...então amanha-te..vai levando na cara e cala-te.Vai sendo avaliado injustamente ...e cala-te.
os professores não devem calar-se e os profissionais de outras áreas não devem calar-se perante as injustiças e arbitrariedades de que são alvo. Os portugueses já foram obrigados a calar-se durante muitos anos, vamos voltar a esse tempo?
havera certamente mais profissoes com razoes de queixa. quem é que não se queixa?
agora se temos 12o mil professores na rua a contestar uma medida, é preciso olhar para isso.
toda a gente ja percebeu que esta luta extravasa muito a influência sindical...há muita gente que nunca tinha saído à rua para nada. ficava sentadinho a assistir de sofá. essas pessoas estão agora na rua a protestar. porque? sao todos sindicalistas/comunistas? é obvio que nao.
sao todos anormais?
é obvio que nao.

Ja agora,os bombeiros estão muito mal pagos. Está na hora de exigirem mais respeito.
Por mim tal como apoio a luta dos professores apoiarei a luta dos bombeiros e de todos os que forem escandalosamente explorados.

As pessoas que eu conheço e que trabalham no sector da educaçao vao acabar a carreira a ganhar muito menos que esses 3.000 €. Pelos vistos estao com azar. Sao trabalhadores, competentes e vao ganhar menos que outros, que se calhar não sao trabalhadores e competentes.
Essa é mais uma prova de que as avaliaçoes valem o que valem.
E não me parece que o modelo da ministra esteja preocupado com isso.

In vino veritas

ainda nao li os comentarios do Expresso (vou faze-lo) mas já li o Vasco Pulido Valente no Público.
(sugiro que leia)

Eu não apoio "directa ou indirectamente, quem atira ovos aos governantes, legitimamente escolhdos pelos portugueses"
É óvbio que o meu post era em tom irónico.Mas não apoiando, percebo porque surgem os ovos.
Já agora , apoiou na altura os boicotes na ponte 25 de abril no tempo de cavaco silva?
Isso era terrorismo?

Anónimo disse...

Nunca apoiei arruaças.
Nem boicotes, nem ovos, nem gritaria nas ruas.
Entendo que é com trabalho e exemplo que as coisas se resolvem.

Mas quem é que disse que foram 120 000 professores? O Nogueira comunista! Será que foram mesmo?

Os interesses corporativos não podem prevalescer sobre os do colectivo.
A recuar-se, nesta tentativa de reforma do sistema educativo, pouca legitimidade resta a esta ministra ou a outra que apareça, para fazer o que quer que seja. Qualquer que seja a iniciativa que surja.
Resumindo, ficamos todos - pais, alunos e professores - reféns do tal Nogueira e do seu partido.

A verdade é que esta história da avaliação já dura há meses. O Nogueira sabe que não quer esta mas não propõe outra. E tempo não lhe faltou para pensar. O mesmo se aplica a MF Leite. Não quer esta, mas não apresenta outra.

E o recuo na educação, a ocorrer, vai extravasar a outras áreas, ou seja, quem apoia o encerramento deste processo avaliativo, pouca legitimidade tem depois para reclamar ou propor modificações na saúde, na defesa, na solideriedade social, nos transportes, nas comunicações. A legitimidade dos trabalhadores eventualmente prejudicados, é pois, a mesma dos professores.

Ou seja, se um médico não o atende bem no hospital, porque não respeita as 8 horas de trabalho e vai a correr para o consultório privado, o que você tem a fazer é conformar-se. Porque ele tem tanta legitimidade para não aceitar modificações ao seu modus vivendi profissional como os professores hoje tem.

Fiat Lux disse...

- "Mas quem é que disse que foram 120 000 professores? O Nogueira comunista! Será que foram mesmo?"

- Como deve calcular eu não os contei. Esse foi o número referido pela comunicação social. Como é que é, serve umas vezes e outras não? Quando são menos já serve?

- "Resumindo, ficamos todos - pais, alunos e professores - reféns do tal Nogueira e do seu partido".

- Enquanto a abordagem a este problema partir deste seu pressuposto, não ha discussao possivel.
Uma coisa são opiniões outra são factos.
Que a contestação dos professores extravasa em muito a influência do sindicato e do partido do tal Nogueira é um facto.
O meu amigo não o quer ver.
O Nogueira também não.
Nisso são parecidos.

- "A legitimidade dos trabalhadores eventualmente prejudicados, é pois, a mesma dos professores".

- Se forem tão atacados pelo Governo como os professores estão a ser terão toda a legitimidade do mundo e mais alguma.
Eu, por mim serei solidário com todos.

-"se um médico não o atende bem no hospital, porque não respeita as 8 horas de trabalho e vai a correr para o consultório privado, o que você tem a fazer é conformar-se"

- Esta não percebi. Tenho de conformar-me porquê?
Sabemos que a maioria dos médicos não atende tão bem no hospital como nos seus consultórios onde recebem o nosso dinheiro.
Curiosamente nunca vi uma onda de indignação contra essas situações.Porque será?

Anónimo disse...

Pergunta e pergunta bem.

Os professores ao não serem avaliados estão a ser benificiados. Estão ou não estão?
Os médicos ao misturarem o público com o privado estão a ser priveligiados. Estão ou não estão?

Então se a sociedade tolera professores priveligiados, porque é que não há-de tolerar médicos? E porqwue é que não deve tolerar todas as aberrações corporativistas que por aí pupulam?

E porque é que eu devo aceitar que os professores dos meus filhos nao sejam avaliados e não tolerar as tropelias profissionais dos médicos?


A história da avaliação de professores já anda no ar há mais de um ano. Nem o tal comunista, nem a oportunista Ferreira Leite, nem nenhum dos sindicatos dos professores, nem a própria ordem dos professores apresentou propostas alternativas. Porquê?

Compare-se a carreira dos professores com a dos docentes universitários.
Tem provas públicas de mestrado
Tem provas públicas de doutoramento
Tem provas publicas de agregação
São sujeitos a análises currriculares sempre que mudam de nível.
Só 4 anos após terem feito o doutoramente é que tem nomeação definitiva.
É justo isto?

Anónimo disse...

Caro(a) amigo(a)

"Os professores ao não serem avaliados estão a ser benificiados. Estão ou não estão?"

- Os que progridem na carreira mesmo sendo maus professores são beneficiados.
Os que não progridem, mesmo sendo bons professores, são prejudicados.

"Os médicos ao misturarem o público com o privado estão a ser priveligiados. Estão ou não estão?"

- Os que atendem no público ao pontapé e encaminham os doentes para os seus consultórios privados estão a ser beneficiados.
Nos casos, raros, em que o médico no público é dedicado,profissional e competente, e fora das suas horas de serviço continua a ser profissional,dedicado e competente no seu consultório não acho que seja privilegiado. É trabalhador.

"Então se a sociedade tolera professores priveligiados, porque é que não há-de tolerar médicos?"

-A sociedade não deve tolerar nem médicos, nem professores nem privilegiados de qualquer profissão, desde que isso represente , e isso é inevitável, que para uns serem beneficiados outros são sempre prejudicados.

"E porque é que não deve tolerar todas as aberrações corporativistas que por aí pupulam?"

- O corporativismo não tem que ser negativo. Enquanto houver grupos diferenciados, e sempre haverá, os interesses corporativos são uma realidade inultrapassável.
Os corporativismos só são negativos quando
conseguem para si regalias baseadas em posições de força sem que lhes assista qualquer razão.
Eu acho que os professores têm razão. Por isso dizer que é um movimento corporativista a mim pouco importa.

"Nem o tal comunista, nem a oportunista Ferreira Leite, nem nenhum dos sindicatos dos professores, nem a própria ordem dos professores apresentou propostas alternativas. Porquê?"

- Está enganado(a). Pelo menos a FENPROF do tal Nogueira comunista já apresentou uma proposta.
A Ordem dos Professores não apresentou qualquer proposta por uma razão muito simples: não existe nenhuma Ordem dos Professores!

"Compare-se a carreira dos professores com a dos docentes universitários"

- Eu não conheço com pormenor o que se passa com os professores universitários, por isso não sei se o seu sistema é justo.
Se não é, devem lutar por um sistema justo.
Mas mais uma vez, essa não pode ser uma desculpa para que os outros professores (e são a esmagadora maioria) aceitem tudo o que a ministra ditar sem direito a apontar o que está mal.

Deixo-lhe só esta pergunta.
As Ordens não são como corporações?
E por terem outro nome, são mais ou menos "condenáveis"?

P.S. Estou disposto a continuar a argumentar consigo, dentro dos meus conhecimentos. Agradeço-lhe a correcção com que tem defendido os seus pontos de vista...com que não concordo.

Anónimo disse...

Pois o que eu acho é que se os professores universitários não fossem avaliados como são, não tinha-mos ensino de qualidade. è uma exigencia do sistema e da sociedade. Em qualquer lugar do mundo.
E se estes professores aceitam, porque é que os professores de outros níveis devem ser priveligiados?
São melhores?
São piores?

Alberto Jardim, por decreto, deu bom a todos os professores da Madeira.
Aos bons, aos muito bons, aos maus, aos medíocres e aos suficientes.
Contráriamente ao que você tem vindo a postular,os bons os muito bons, os alunos, os pais e a sociedade no seu conjunto foram com isso prejudicados.
Os outros, os maus, os mediocres, os malandros, os incompetentes, esses todos, foram beneficiados.
Há diferenças.
Você não vê porque não lhe interessa.

O tal comunista, hoje na TVI postulou uma avaliação "formativa", do tipo "interno", sem consequencias na progressão na carreira!
Esta avaliação inconsequente, defendida pelo tal nogueira serve quem?
A mim e a você, que pagamos o sistema, é que não.
Aos alunos tampouco.

Caro FIAT
Na vida em qualquer sociedade ou época histórica, a avaliação é ou foi a regra nº 1 do contrato de trabalho: progride-se na profissão conforme o patrão ou os superiores hierárquicos avaliam. Sempre foi assim. Quem quer quer quem não quer procura outro trabalho.
Mas alguns dos senhores professores, os que tem por alguma razão medo de serem avaliados, querem regras diferentes. Querem que se progrida apenas pela passagem dos anos, como até aqui, qualquer que seja o desempenho.

É evidente que, com gente desta e com regras laborais deste quilate, não tarda muito, pode ter a absoluta certeza, vamos a caminho do lugar 27º na união europeia.

Fiat Lux disse...

Caro(a) amigo(a)

Quando diz :

"Mas alguns dos senhores professores, os que tem por alguma razão medo de serem avaliados, querem regras diferentes. Querem que se progrida apenas pela passagem dos anos, como até aqui, qualquer que seja o desempenho".

está a dizer tudo: ALGUNS

Não são OS PROFESSORES.

Ou acha que os milhares que vieram para a rua são apenas "alguns"?

Anónimo disse...

Quais milhares?
Alguém questionou até hoje os numeros do Nogueira e do aparelho partidário que lhe está subjacente.
Ele disse que eram 120 000.
Ele!
Alguém questionou?
Alguém contou?
Havia muita gente, é um facto. Mas há quem diga que parete nem professores eram!

O sistema de avaliação implementado nas universidades é grante da qualidade!
Porque é que nas escolas deve ser diferente?

Anónimo disse...

Caro(a) amigo(a)

vai longa esta troca de argumentos...sem grandes avanços.
Cada um fica na sua pelos vistos.
Acabo, como sempre, com factos e opiniões.

Factos: eram muitos milhares.

Factos: não foi só o Nogueira que disse que eram milhares.

Aceito como possível: parte não eram professores. Mas entaõ eram pessoas que acham que os professores têm razão. Afinal não era um protesto tão corporativista como isso.

Óbvio: a avaliação nas escolas do ensino básico e secundário não pode ser feita a papel quimico das universidades.São realidades muito diferentes.

Cumprimentos...e até à próxima.
Por agora "fecho a loja".
A não ser que
me veja obrigado a "defender a honra" :-)

Anónimo disse...

Quem foi que disse, que eram mais para além do Nogueira?
Sempre esperava mais respeito pelos universitários! Então são realidades diferentes?
Muito bem.
Belissimo conceito de justiça tem você!
Com esta me fico.

Fecho a porta.
Consigo é perder tempo. Não adianta.