sábado, 22 de novembro de 2008

O Pico e a Tap: Temos razão !


Foto José Melo (olhares.com)

Esta conversa começa a cansar, mas não desisto.
Este post era para ser um comentário (a um comentário colocado no meu post anterior).
Mas decidi transformá-lo em post. Cá vai.



E pronto, continuamos a desconversar. Mais um exemplo:
"Se não estão programados voos extraordinários é porque o Pico não gera tráfego que o justifique".
- Mas onde está essa prova? Os passageiros do Pico que por falta de lugar viajam pela Horta aparecem nas estatísticas como ? Não como passageiros do aeroporto do Pico, mas como passageiros do aeroporto da Horta. É óbvio. Quer que lhe faça um desenho?
Continuo na minha: se houvesse vontade, seria facílimo provar que essa "falta de tráfego" é uma mentira descarada.
Sabe, como eu, e como toda a gente, que uma boa parte dos passageiros que viajam para/de Lisboa via Horta vão/vêm para o Pico [já começa a faltar a paciência para vos explicar esta evidência].
Se tivessemos - agora - maneira de comprovar esses números, apostava consigo em que os passageiros do Pico são suficientes para encher pelo menos dois desses 12 voos extraordinários que vão para a Horta.
Acha que sem contar com os passageiros do Pico que viajam pela Horta a TAP programava 12 voos para esta época?
"Ou você acha que se houvesse procura a TAP ia perder essa oportunidade?"
- Para a Tap fazer 12 voos extra para a Horta ou 10 para a Horta e 2 para o Pico é igual enquanto os passageiros do Pico, atravessarem o canal e forem apanhar o avião no Faial.
Os passageiros do Pico para a TAP, são só pessoas que ajudam a encher os aviões na Horta, nada mais. Assim a TAP nao perde nenhuma oportunidade. Os passageiros do Pico é que a perdem.
"Há uma certa obstinação quando falam do Pico, e isso por vezes tira-vos a razão."
- Está enganado. Não nos tiram a razão.Tiram-nos é os voos que reivindicamos ... com razão. Acha, então, que se alguém reivindicar mais justiça, deve desistir logo pelo facto de haver quem não atenda à realidade? Certamente conhecerá muitas razões que fizeram vencimento após muita "obstinação". Mais tarde ou mais cedo será dada razão às pessoas do Pico. O que dói é que vão levar anos a perceber uma coisa que se mete pelos olhos dentro. E quando nos derem aquilo a que temos direito, não haverá retroactivos para as nossas perdas. Perdas de dinheiro e de qualidade de vida. Em benefício de quem?

Notas finais:


1)Só vejo um "argumento" que pode ser invocado - embora seja insuficiente- o "argumento" do abastecimento de combustíveis. É incrível como esta situação continua por resolver. E ninguém explica porquê. Naturalmente porque não há explicação, para além da falta de vontade. E não venham falar em custos, pois se era para ser assim não valia a pena ter ampliado o aeroporto.
Digo mesmo mais: Se era para ser assim, quem autorizou esse investimento deveria ir preso.


2) O voo "directo" Pico-Lisboa é uma estopada. Os passageiros são obrigados a ficar uma hora fechados dentro do avião, na escala na Terceira.

10 comentários:

Anónimo disse...

Força Pico.
Força TAP.
Força SATA.
Força Faial.
Muito bem Fiat.
Força a todos.

Eu sou como aquela tia da campanha eleitoral.
Se pudesse, dava um voto a cada um!

Anónimo disse...

Caro Fiat Lux,

Tem toda a razão no que diz sobre as ligações com o Pico. Também esperava um reforço das ligações entre o Pico e Lisboa, na época de Natal, mas somos forçados a ir pelo Faial, tanto pela disponibilidade de lugares quanto pelo preço. É incompreensível que, regra geral, a tarifa Lisboa-Pico seja bastante mais elevada do que a tarifa Lisboa-Horta (e vice-versa).
Claro que há tráfego que justifique mais voos. Somos milhares os que "inflacionamos" as estatísticas do tráfego no aeroporto do Faial.
Também tem muita razão quanto ao abastecimento de combustíveis. Ninguém compreende como ainda não está operacional.
Bom fim-de-semana.

Judite

Anónimo disse...

É por causa deste bairrismo tacanho de gente que tanto idolatra a sua terra, mas prefere as comodidades de outros destinos mais cómodos, que o Pico não se desenvolve. Volte(m) para a sua ilha e faça alguma coisa por ela. Depois abra a boca e diga alguma coisa.

Anónimo disse...

Obrigado à Judite.

É bom saber que o nosso português é suficientemente correcto para sermos entendidos.
Já este "picaroto residente", sinceramente, o seu comentário é mauzinho.Tive de ler e reler para confirmar que era mesmo aquilo que estava a ler...
O senhor acusa-me de "bairrismo tacanho" mas, desculpe que lhe diga, o seu comentário é que é tacanho.
Não rebate um único dos meus argumentos sobre esta questão. Porque não pode.Porque o que eu disse é a mais pura das verdades.
Se essa catalogação de "bairrismo tacanho" viesse de um bairrista faialense ou de outra ilha eu até era capaz de perceber a provocação, mas vindo de um "picaroto residente" é algo que me ultrapassa.
Tem a certeza que reside no Pico?
Mas deve estar "em trânsito", certo?
Eu saí da minha ilha como muitos outros açorianos.Uns para outras ilhas outros para o continente, América ou outro lugar qualquer.
O meu amigo entende que só os que residem no Pico podem defender o Pico? Mas isso é a maior tolice que já ouvi.Pessoas como o senhor não merecem mesmo que se faça nada por essa ilha. Merecem ser votados ao abandono, com o seu título de "picaroto residente".
Quando parece que já ouvimos/lemos todas as barbaridades possíveis e imaginárias eis que há ainda mais uma "pérola" como a sua.
Por amor de Deus.
Tenha juízo, lucidez e respeito pelos outros picoenses, pelos verdadeiros , mesmo que estejam a residir fora da sua ilha natal.
Só uma certeza me deixa tranquilo: o senhor será certamente uma infeliz excepção.

Anónimo disse...

Isso!
Quem se mete com o Fiat, leva!

Anónimo disse...

Mete-se pelos olhos dentro.
Metade dos voos deviam ser para o Pico e metade para o Faial.
Ambas as ilhas tem a mesma população, e devem por isso mesmo gerar um táfego identico.
A haver ajustamentos, pois tanto os do Pico podem ir apanhar avião para o Faial, como os do Faial podem vir para o Pico.

O desenvolvimento do Pico, onde passei umas belas férias este verão, passa por ligações directas a Lisboa.
Esta história faz-me lembrar uma guerra entre a Terceira, S. Miguel e Santa Maria que ocorreu alguns anos atrás. Os marienses queriam que a TAP voasse apenas para Santa Maria. Os micaelenses só queriam S. Miguel. E os Terceirenses, baseados num estudo, queriam na sua ilha.
Os Faialenses, como de custume, coziam-se com S. Miguel.

A modificação do estado de coisas nos Açores, onde uma ilha se desenvolve e as outras marcam passo, passa pela solidariedade e união de quem está a perder. E está a perder o Pico, está a perder S. Jorge, esta a perder a Graciosa, esta a perder a Terceira, esta a perder o grupo ocidental e esta a perder o Faial.

Anónimo disse...

Caro Fiat Lux:

Acho quie o Faial e o Pico devem unir-se e reinvindicar juntos melhores regalias e oportunidades.

Não esquecer que cerca de metade da população da Horta ser de origem picoense.

Estas duas ilhas não podem dividir-se, pois há quem queira dividir para reinar.

Presentemente o Pico e o Faial estão a ser desprezados pelo centralismo de S. Miguel e até algumas sobras estão a ser aproveitadas pelos terceirenses, pois estes calam-se com pouca coisa.

Quer no turismo, quer nas instituições politicas, quer na politica de investimentos estratégicos, o Pico e o Faial estão a ser prejudicados.

Sou comunista mas tenho saudades do Mota Amaral quando este dividia o bolo dos investimentos equitativamente por todas as ilhas.

Agora existe o centralismo de S.Miguel do Sr.César com vista a alimentar os lobbies locais, os empresários de lá que o têm apoiado nas campanhas e toda uma rede de favorzinhos que está a ser cobrada agora.

Se o Faial e o Pico estiverem juntos - inclusivé com o apoio dos deputados socialistas - poderemos pôr um travão na estratégia saloia do Sr. César de centralizar tudo em S.Miguel e dar uns restinhos à Terceira, nomeadamente coisas que não trazem valor acrecentado económico.

Anónimo disse...

Se o Fiat vive em S.Miguel saberá que que não é bem assim. É a iniciativa privada que faz o desenvolvimento (algum dele negativamente desenfreado) de S.Miguel e isto por ser (apenas por isso) a maior e mais populosa ilha dos Açores. É fácil e facilmente constatável. E é a saida de pessoas do Pico e de outras ilhas, em vez de permanecerem e promoverem os seu negócios e as suas potencialidades, que tornam o Pico e outras ilhas mais pequenas. Não se virem ao governo que o governo só faz é merda. Não a queiram para a vossa ilha. Façm vocês mesmo.

Anónimo disse...

Ao último anónimo

Eu vivo em S.Miguel. E sei que há coisas que "não são bem assim".
Sei que em S.Miguel não é só a iniciativa privada que faz o desenvolvimento.
Sei que a iniciativa privada é mais fácil em ilhas onde há mais gente, obviamente. Por isso, esse argumento para reduzir o investimento público em outras ilhas não me convence.
Já vivi em várias ilhas. Conheço muito bem a realidade de cada uma delas.Consigo ver as coisas com olhos diferentes de uma pessoa que sempre viveu na sua ilha.
Eu sei que por vezes um micaelense que nunca saiu de S.Miguel não percebe que se invista no Corvo "para 400 pessoas". Eu percebo,mas como é óbvio não concordo com essa visão limitada.
Eu sei que um corvino terá sempre a tendência a dizer que "vai tudo para S.Miguel".
Eu não vejo assim.
É óbvio que a saída das pessoas das suas ilhas para virem concentrar-se à volta de P.Delgada faz com que essas ilhas perdam uma coisa que nenhum Governo consegue dar: pessoas.
Mas também sei que essas pessoas, pela pequenez das suas ilhas, não têm hipóteses de trabalhar aí em determinadas áreas.
É por isso natural que procurem o seu "sonho açoriano".
Não condeno ninguém que o faça.
Mas estas são todas considerações genéricas. E cada caso é um caso.

No caso do aeroporto do Pico, na minha forma de ver as coisas, os factos, de forma simples e directa, são estes:

- A Região investiu muito na ampliação do aeroporto do Pico.

- O objectivo era possibilitar as ligações directas com o exterior da Região; com isso pretendia-se contribuir para o crescimento do turismo (e é inegável que o Pico é uma ilha com um enorme potencial por explorar) mas também se permitia às outras pessoas que pudessem viajar directamente para Lisboa sem terem de ir de lancha para o Faial ou fazer escalas intermináveis na Terceira ou S.Miguel.

- Ampliou-se o aeroporto e passámos a ter um voo semanal.
Não dá para nada.

- A desculpa de que não há mais tráfego é mentira.Facilmente comprovável.

- A ligação Pico-Terceira-Lisboa não interessa a ninguém. Nem aos picoenses, nem aos terceirenses, nem à TAP.

- Para acabar com isso os aviões têm de abastecer no Pico.

- A "desculpa" de que os aviões não podem abastecer no Pico só pode ser "desculpa" até o problema ser ultrapassado. E quando se ampliou o aeroporto não se sabia disso? E porque não foi logo tudo tratado?

Só gostava que alguém , com conhecimento de causa, me explicasse quanto custa dotar o Pico de um sistema de abastecimento de combustível para aeronaves.
E já agora, que percentagem representa esse investimento em realção ao investimento na ampliaçao do aeroporto.
Era só para confirmar uma suspeita que tenho. Será certamente uma percentagem irrisória.
E assim sendo é criminoso iniciar um investimento o qual depois nao se rentabiliza por falta de

- visão?
- vontade?

É ridículo virem dizer:
"Queriam um aeroporto, ele está aí.
Agora amanhem-se".

Um aeroporto sem aviões não serve para nada.
Ou melhor, pode servir para corridas de carros ou corridas em patins.
Ora aqui está um bom segmento de mercado para a iniciativa privada do Pico.

Anónimo disse...

Reparem. A argumentação usada pelos micaelenses é a mesma que Lisboa usa com os Açores.

O Pico, enquanto não se autonomizar do Faial, nunca vai longe.
A estratégia, na minha perspectiva, deve ser só uma - as ilhas que não S. Miguel, tem de se juntar. E qual a ilha mais bem posicionada para fazer frente ao centralismo interno regional?

Não é preciso pensar muito!