domingo, 8 de março de 2009

No Dia da Mulher

Hoje é o Dia da Mulher.

Não vou entrar na questiúncula, eternamente inconclusiva, se deve haver um Dia da Mulher ou se todos os dias são Dias da Mulher.
O que sei, como homem, é que continua a haver mulheres que são discriminadas só porque são mulheres. E se o Dia da Mulher servir para condenar esse princípio pré-histórico por mim só me resta subscrever.
Depois do dia F da Fajã do Calhau (a que muitas mulheres se associaram) este é o dia F de Feminino :)
Presto a minha homenagem às mulheres com dois poemas, um de José Luís Peixoto,em tom mais sério, e outro de Millôr Fernandes, mais bem disposto.
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A Mulher Mais Bonita do Mundo

estás tão bonita hoje.
quando digo que nasceram flores novas na terra do jardim,
quero dizer que estás bonita.

entro na casa,
entro no quarto,
abro o armário,
abro uma gaveta,
abro uma caixa onde está o teu fio de ouro.
entre os dedos,
seguro o teu fino fio de ouro,
como se tocasse a pele do teu pescoço.

há o céu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.
estás tão bonita hoje.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.
estás dentro de algo que está dentro de todas as coisas,

a minha voz nomeia-te para descrever a beleza.
os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.
de encontro ao silêncio, dentro do mundo,

estás tão bonita
é aquilo que quero dizer.

(José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão")

Poeminha de Louvor ao Strip-tease Secular

Eu sou do tempo em que a mulher
nem mostrava o tornozelo;
que apelo!

Depois, já rapazinho
vi as primeiras pernas de mulher
por sob a curta saia;
que gandaia!

A moda avança,
a saia sobe mais,
mostrando já joelhos lupercais!

As fazendas com os anos,
se fazem mais leves,
e surgem figurinhas, pelas ruas,
mostrando as lindas formas quase nuas.

E a mania do sport
trouxe o short.

O short amigo,
que trouxe consigo,
o maiô de duas peças.

E logo, de audácia em audácia,
a natureza, ganhando terreno,
sugeriu o biquini,
o maiô, de pequeno, ficando mais pequeno
não se sabendo mais,
até onde um corpo branco,
pode ficar moreno.

Deus, a graça é imerecida,
Mas dai-me ainda
Uns aninhos de vida!
(Millôr Fernandes, in "Pif-Paf")

1 comentário:

Anónimo disse...

O Pascoal quando chegou da sua ilha a PDL dirigiu-se ao Nóbrega e pediu uma foto para apresentar um curriculum. A empregada que estava ao telemóvel, atrapalha-se e passa-lhe, por engano um espelho, que os clientes usam para ajeitar o cabelo antes das fotos tp BI. Indignado, vira-se o Pascoal para a funcionária:
-Quem é esta besta?