O governo português pensou...pensou...pensou ... e decidiu reconhecer formalmente a independência do Kosovo
«É do interesse do Estado português" disse o nosso ministro.
[Porque é que é do interesse do Estado Português?]
O Ministro apresentou quatro razões :
- «...a independência do Kosovo tornou-se um facto irreversível (...) e não se vislumbra qualquer outro tipo de solução realista».
[E assim sendo eu passo a concordar com algo sobre que tinha dúvidas só porque acho que a situação não se vai alterar?]
- «o problema é político e não jurídico»; «não sendo um problema jurídico tem uma dimensão jurídica de enorme complexidade», pelo que «o governo português sempre apoiou a intenção sérvia de apresentar a questão ao Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas».
[Este arrazoado é tão confuso que não consigo formular uma dúvida. Alguém percebe este português, para além de Luís Amado?]
- «O reforço da responsabilidade da União Europeia» a situação nos Balcãs «é um problema europeu (...) a UE tem de assumir um papel muito destacado»
Portugal, ao contrário dos restantes países da UE que não reconheceram o Kosovo, não tem problemas internos que justificassem as reticências.
[E por não ter problemas internos não consegue perceber os inúmeros problemas internos que os outros têm?]
- «mudança de contexto geopolítico que entretanto se verificou» com o conflito entre a Rússia e a Geórgia e a declaração de independência das regiões georgianas separistas da Abkházia e da Ossétia do Sul .
«Não podemos ignorar a mudança que estes desenvolvimentos implicam nomeadamente nas relações bilaterais entre a União Europeia e a Rússia», disse Amado, referindo que no momento em que Moscovo reconheceu a Abkházia e a Ossétia do Sul «reconheceu também implicitamente a legalidade do Kosovo».
[E como a Rússia reconheceu "implicitamente" o Kosovo, Portugal deve reconhecê-lo "explicitamente"? Mas então é como alguns dizem: Portugal estava à espera de um pretexto para apoiar a independêcia do Kosovo, por não ter outro remédio? E se não tivesse acontecido o que aconteceu na Abkhazia e Ossetia do Sul, ficaria eternamente a dizer "nim" à independência do Kosovo?]
O CDS-PP, PCP e Bloco de Esquerda têm razão quando dizem que Portugal cedeu
«a pressões internacionais».
Uma explicação simplista do conflito Sérvia/Kosovo
O Kosovo era uma província Sérvia que foi sendo progressivamente "invadida" por albaneses.
Os albaneses, constituem a esmagadora maioria da população (os Sérvios serão apenas 5%) e por isso quiseram a independência da Sérvia. Os Estados Unidos queriam instalar-se nesta zona dos balcãs, uma zona desde sempre estratégica e onde ocorreram inúmeros conflitos. E é lá que os EUA possuem agora uma das suas maiores bases. É óbvio que os EUA estão no Kosovo como se estivessem em casa. É tudo deles.
Camp Bondsteel, Base dos EUA no Kosovo
A "economia" do Kosovo resume-se praticamente a contrabando,tráfico, crime organizado. O desemprego chega a atingir valores da ordem dos 90% !?
Reconhecer a independência do Kosovo abre um grave precedente.
Imaginem que uma qualquer região de Portugal começa a receber levas de imigrantes de um determinado país.De Espanha por exemplo. Daqui a uns anos essa região de Portugal já tem mais espanhóis que portugueses. Essa região reclama a independência. O que se faz?
Como se fez com o Kosovo? Ou recusa-se a idependência?
É hoje em dia um cenário inverosímil. Mas pergunto: e se se colocasse? Via-se na altura?
Já agora, nas minhas deambulações pela internet a ler vários artigos sobre este tema deparei-me com este artigo. Parece-me interessante, a analogia com o que se passou com o Panamá e Colômbia. Não conheço em pormenor a história, mas se o artigo for credível dá que pensar.
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