Luís Sepúlveda está de regresso à ficção com 13 contos reunidos no livro "A Lâmpada de Aladino".
Gosto de Luís Sepúlveda pelo que escreve mas também em boa parte pelo que diz. Não foi por acaso que o ditador Pinochet lhe retirou a nacionalidade
A entrevista de hoje no DN só veio reforçar a admiraçaão que sinto pelo escritor chileno "exilado" em Espanha.
Este é o extracto que mais me deliciou:
-Se encontrasse o génio da lâmpada e este lhe concedesse três desejos, o que pediria?
-O primeiro desejo era que George Bush voltasse a ser o alcoólico que era antes. Porque como presidente ele é uma besta.
O segundo desejo seria que aparecesse aí uma nuvem de inteligência, porque falta inteligência, sobretudo entre a classe política.
E o último seria para abandonarmos uma série de mitos perigosíssimos que existem, como o mito da sorte. Há muitos jovens que acreditam que não vale a pena esforçarem-se por ser um bom mecânico ou dentista ou outra coisa. Para quê? Se tiver sorte poderá ser um bom milionário. Há escritores que não estão interessados na literatura, escrevem apenas para entrar nesse jet-set.
(...) sou um cidadão que gosta de incomodar o poder. Tenho uma vinculação com a vida que é profundamente ética - por isso sou de esquerda, se não tivesse ética seria um cidadão de direita. (...)
-É cada vez mais difícil ser de esquerda?
-É uma atitude. Como diz Saramago, ser de esquerda é uma maneira de ser. E, que diabo, há que resistir. Não há outra coisa a fazer se não resistir.
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