quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O "debate"

O "debate" na RTP Açores não foi um debate.
Era impossível com sete candidatos.
Toda a gente sabia.
Não tendo sido um debate, foi uma desobriga, que respeitou na íntegra os pruridos da CNE.
Faltou o verdadeiro debate com César e Costa Neves.(A maioria queria esse debate pelo menos a avaliar pela sondagem aqui ao lado).

As notas do debate:

Aníbal Pires (6) - Manifestou-se contra a concentração e o reforço dos grupos económicos, contra os hospitais-empresa, contra a desvalorização do trabalho. Esteve bem ao defender que a coesão não pode ser uma tarefa exclusiva do Governo mas sim uma tarefa comum com as autarquias.
E disse uma grande verdade: A ilha das Flores não precisa para já de um hotel. A não ser que se queira fechar os existentes.
E tem razão também quando diz que César tem de descer do pedestal e voltar a ouvir as pessoas.

PDA (1) - Poucas ideias novas e as novas ideias não são boas. Um nervosismo exagerado. José Ventura não tem vida para isto. Porque diabo é que Melo Bento não assume de uma vez a liderança do partido? Se não o faz, que diabo anda a fazer atrás de José Ventura, sempre com o coração nas mãos cada vez que ele abre a boca?

BE (5) - Começou bem, a dizer que a crise não é coisa de agora. Pois se andamos há 9 anos a perder poder de compra !? Foi convincente na crítica de que 40% da economia regional é economia paralela. Ninguém desmentiu !? Esteve menos bem ao exigir um código de trabalho para os Açores. Era bom, mas não é assim que as coisas funcionam. Nem tudo se resolve com o coração. Afinal há mesmo leis que temos de cumprir. É uma chatice dos diabos.
Ah, foi infeliz ao sugerir que Aníbal Pires a interrompia por ela ser mulher. Já é mania da perseguição.

CDS-PP (2) - Boas e repetidas propostas para minorar a crise das famílias e das pequenas empresas. Mal na sanha contra o RSI. (César respondeu bem quando diz que malandros há em todo o lado. Até deputados) . Pior ainda na boca "foleira" a dizer que ia arranjar um psiquiatra para Manuel Moniz quando este disse que esperava "roubar" votos ao PP.
Não havia necessidade.

MPT (4) - Se uma imagem valesse mais que mil palavras Manuel Moniz teria ganho o debate. Aquela de levar uma garrafa com água suja da lagoa das Furnas, vazá-la num copo e chamar a atenção de César para ver o "espectáculo" não lembra ao diabo. Mas lembrou ao MPT. Foi o momento do "debate". De resto esteve infeliz. Não se pode dizer que os outros não percebem nada de uma coisa de que nós ...não percebemos também. Poder pode-se, mas soa mal.

PSD ( 3) - Um plano de emergência para as famílias e empresas só faria sentido se se partisse do pressuposto que esta é uma crisezinha passageira. Mas como o líder do PSD pretende fazer crer que a crise tem anos, isto não vai lá com um plano de emergência. É preciso mais qualquer coisa.É verdade que a saúde é uma "via sacra",é verdade que as ilhas não são todas iguais e faz sentido um plano integrado para cada uma delas.
Continua a não convencer com a ideia de criar 14.000 postos de trabalho.
Despropositada a crítica de que o debate era gravado e ia para o ar em dia de jogo de futebol.
Foi em dia de futebol, mas não foi à hora do futebol. E como a RTP-Açores até deu o futebol, se calhar o debate teve mais audiência do que teria num outro dia e em directo.

PS (5)- Apresentou-se com uma calma enervante para os outros candidatos.Manteve-se sempre impávido e sereno. Só se enervou um pouco quando (fazia a intervenção final) Costa Neves começou a gritar que ele estava a mentir. Defendeu-se bem com os arreliadores números. Mas números são números. E se não há como fugir-lhes têm o seu poder de persuasão.
Foi assim com as previsões de crescimento da economia regional e com a (recheada) carteira de investimentos externos em análise.
Esteve bem quando disse que há preguiçosos em todas as profissões.
Pior quando defende, agora um PECA, Plano Especial para a Coesão. Porquê só agora?
Razão tem Costa Neves: peca por tardio.
Apresentou um bom argumento para pedir a maioria absoluta quando recordou a tentativa de Costa Neves (aliado a Alvarino Pinheiro) para derrubar o Governo minoritário do PS.

PPM (-) Paulo Estêvão ficou no Corvo a ver o debate pela TV.
Arriscava-se a perder muitos dias ou até a ficar sem possibilidade de regressar a tempo de voltar ao Corvo para votar. Eu teria feito o mesmo.

5 comentários:

Anónimo disse...

"Arriscava-se a perder muitos dias ou até a ficar sem possibilidade de regressar a tempo de voltar ao Corvo para votar. Eu teria feito o mesmo"

Agora estiveste bem!
ah ah ah ah ah ah

Anónimo disse...

Então César esteve bem ao dizer que há preguiçosos em todos os lados, pela tua saúde, onde se pode encontrar ser humano mais preguiçoso do que ele, até começar a viver à custa do estado, isto é que é ter lata.Veja-se o exemplo do filho tão preguiçoso que já vai ser deputado.

Anónimo disse...

Caro Jordão

http://sic.aeiou.pt/online/noticias/pais/PS+com+maioria+absoluta+nos+Acores.htm

Jordão disse...

Amigo Fiat gostei!

Caro anónimo, militante do CDS-PP as sondagens valem o que valem! Segunda-feira agente conversa! Já agora se for um dos “magníficos” 3, que o estudo de opinião mostrou, não se esqueça de propor uma redução de ordenado de 960€ e vai ver que já nas próximas eleições a taxa de abstenção vai ser muito diferente!

Cumprimentos

Anónimo disse...

A história dos 960 € só pegava, se as pessoas fossem tolas ou burras.
Coisa que não são.
Como é que um deputado, num universo de 50, se consegue aumentar a si próprio?
Há quem pense ter o exclusivo da descrição. Mas não tem.
Esta sondagem, e os resultados que vamos discutir segunda feira, provam-no ou vão isso mesmo.
Penalizam quem é politicamente desonesto.

Não faço parte dos 3 magnificos nem sou militante de partido nenhum.
O que não tolero é ver gente, armada em independente a denegrir quem lhe apetece, usando uma argumentação que não é, nem de perto nem de longe, verdadeira.

Não seria mais honesto fazer um manifesto anti-PP?